A ministra da Justiça moçambicana, Benvinda Levy, reconheceu “fraquezas” do sector judicial, mas apelou à população a não optar pelos linchamentos, garantindo que muito está a ser feito para mostrar que, em Moçambique, “a justiça existe”.
Benvinda Levy falava numa reunião na cidade de Chimoio, em Manica, Centro, com líderes comunitários e religiosos sobre o problema dos linchamentos em Moçambique.
O Ministério da Justiça de Moçambique lançou, em Outubro passado, uma iniciativa denominada “Campanha de Preservação da Paz” que pretende sensibilizar a população para o respeito à vida, redução dos casos de linchamentos, tráfico de seres humanos e violência doméstica.
No encontro de segundafeira, os participantes apontaram a falta de celeridade da máquina da administração da justiça e o desajustamento das leis como motivos de “promoção dos linchamentos” no país.
“Eu sofri um roubo na rua em Chimoio (Manica), consegui levar dois dos agressores para a justiça e ficaram presos. Enquanto aguardava julgamento, encontrei os mesmos agressores em Quelimane (Zambézia).
Levei-os de novo à justiça e os familiares vieram apresentar mandado de soltura passado pelo juiz por insuficiência de provas”, contou Maneca Tomo, pastor nacional da igreja Elidja Mugodi.