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Ministério da Educação quer reformular curso nocturno

O curso nocturno no ensino primário do segundo grau e no secundário em Moçambique poderá ser alterado por estar desfasado da realidade e não apresentar resultados satisfatórios.

Aliás, Moçambique é o único país da região da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SDAC) que oferece este turno. O mesmo foi introduzido para dar a oportunidade aos trabalhadores que de dia não têm possibilidade de estudar a continuarem com a sua formação ao nível do ensino secundário. Nos últimos anos, devido à escassez de vagas, sobretudo na oitava e 10ª classes, este turno é frequentado por adolescentes que graduam no curso diurno e não conseguem vagas neste período.

Nos últimos anos, o curso nocturno vem apresentando vários problemas: nas segundas e sextas-feiras não se estuda e, todos os dias, nos primeiros e últimos tempos os alunos não têm aulas. Depois das 21 horas não se encontra nenhum aluno na escola, embora o horário seja das 18 horas às 22.45, uma situação causada, alegadamente, pela escassez de transporte. Este assunto foi discutido hoje durante o Conselho Coordenador do Ministério da Educação (MINED) em curso em Lichinga, província de Niassa, norte de Moçambique.

A inspectora-geral da Educação no MINED, Quitéria Mabote, disse que as inspecções de rotina que a instituição têm estado a realizar, particularmente na cidade de Maputo, constatou-se que há sérios problemas de assiduidade dos professores e alunos, bem como que às sextas-feiras, não se estuda. “Face a esta situação estou de acordo que se reformule o curso nocturno, se reorganize a gestão, se reduza o tempo lectivo e se aumentem os ciclos. Ainda, se olhe para a questão da responsabilização da direcção da escola em relação a segurança, porque as escolas têm problemas de drogas, álcool, tabagismo, presença de pessoas estranhas, entre outros males”, defendeu.

Por sua vez, o vice-ministro da educação, Augusto Jone, frisou que é urgente repensar sobre este turno de ensino, porque para além de não haver aula no primeiro e no último tempo, bem como todos os dias nas segundas e sextas-feiras, o aproveitamento é fraco. “É preciso pensar seriamente sobre este assunto, porque estamos a sustentar uma estrutura ineficaz.

Os alunos não estudam, os professores não dão aulas, mas pagam-se salários, horas extra todos os dias, e isso não pode ser porque poderíamos utilizar os recursos noutras actividades como o ensino a distancia”, defendeu. Por sua vez, o Ministro da Educação Zeferino Martins, exortou aos gestores da educação ao nível central e provincial para reflectirem sobre o assunto e apresentarem propostas concretas. Para já avançou que poderiam ser introduzidos no turno nocturno cursos de curta duração que sejam específicos e profissionalizantes. Desta forma, os recursos que estão a ser gastos poderiam ser reorientados para a melhoria da qualidade noutros níveis de ensino do turno diurno.

“É preciso fazer coisas que possam ter mais impacto. Apostar na educação geral a distância para estes adultos que queiram continuar a estudar. Não vale a pena enganar os adultos do curso nocturno, porque os professores não preparam as aulas, não têm muitas experiências” sublinhou. O curso nocturno usa o mesmo currículo e plano curricular concebido para o curso diurno, entretanto, o mesmo possui uma carga horária semanal de 25 tempos contra os 30 do outro período O curso nocturno funciona nos mesmos estabelecimentos de ensino secundário que acolhem o curso diurno e nalgumas escolas primárias, leccionando da sexta a 12ª classes.

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