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Ministério da Defesa Nacional não confirma haver ataques em Homoíne

Informações postas a circular no princípio da tarde desta terça-feira (06) davam conta de que, na localidade de Phembe, no distrito de Homoíne, na província de Inhambane, onde, desde a semana passada, há relatos da presença de homens armados supostamente da Renamo, devido aos quais a população tem estado a abandonar, apavoradamente, as suas residências e bens, houve confrontos entre os referidos guerrilheiros e as Forças de Defesa e Segurança. Entretanto, o Ministério da Defesa Nacional (MDN) não confirma nem desmente que tenha havido alguma confrontação mas confirma a presença de guerrilheiros do partido de Afonso Dhlakama na região.

Segundo relatos populares, o confronto entre as duas forças resultou na morte de dois militares, um de cada lado, e nove feridos. Sobre este assunto, o director nacional de Política de Defesa, Cristóvão Chome, disse à imprensa que não podia confirmar tal informação. “Neste momento, não posso confirmar o tiroteio, a sua existência ou não, mas confirmo que as Forças de Defesa e Segurança estão, neste momento, no terreno”.

A população de Homoíne vive momento de terror em consequência desta situação, pois ainda recorda, com mágoa, a carnificina da guerra dos 16 anos. Todavia, Cristóvão Chome explicou que as forças governamentais “estão a acautelar e criar condições para que as medidas de segurança possam ser tomadas com vista ao retorno da vida normal das populações.”

Renamo quer engrossar suas fileiras

O Ministério da Defesas Nacional acusa a Renamo de estar a efectuar recrutamento de jovens para integrá-los nas suas fileiras com vista a concretizar um suposto plano de dividir o país. Cristóvão Chome, por outro lado, assegurou que o Governo tem estado a desenvolver acções para neutralizar os tais homens armados, mas não foi capaz de indicar o número de homens até aqui neutralizado, tendo deixado a promessa de um dia estes serem exibidos pela Polícia.

Chome disse ainda que a Renamo alterou seu “modus operandi”, optando agora em atacar civis inocentes e infra-estruturas económicas, por exemplo a cratera aberta na Estrada Nacional número Um (EN1) e que serve para emboscar viaturas. Para este quadro do Executivo, a continuidade dos ataques pelos homens da Renamo visa evitar o diálogo político entre o Presidente da República, Armando Guebuza, e o líder da Renamo, Afonso Dhlakama.

Chome afirmou que a Renamo desenvolve esses ataques para se furtar do diálogo e pressionar o Governo a aceitar as suas exigências.

Enquanto o Ministério da Defesa diz não saber se houve ou não tiroteios  em Homoíne, a Renamo, por sua vez, nega que tenha algum homem armado naquele distrito. Contudo, enquanto o povo sofre, fica sem eira nem beira e reavive, forçosamente, os horrores da guerra dos 16 anos, parece certo que as duas partes estão interessadas neste conflito para salvaguardar os seus interesses políticos.

 

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