O senhor é meu pastor; nada me faltará” – (In Salmo 23, Bíblia Sagrada) Confesso: admiro, acrescento, gosto do Presidente da República, Armando Emílio Guebuza! Assim como gostava muito (e mais ainda agora) do Presidente Joaquim Chissano, tanto quanto assumo que adorava o Presidente Samora Machel, e que sou um fã dos ideais do homem que abandonou as mordomias das Nações Unidas e as regalias da Academia nos EUA para “Lutar Por Moçambique”!
Sou assim mesmo, um homem feliz com os líderes da nossa história e timoneiros da Nação. Por todos eles, confesso, não desenvolvi uma paixão extrema(da) ao ponto de os cultivar como deuses, os considerar “príncipes perfeitos”.
Considero-os demasiadamente humanos como o comum dos mortais, embora reconheça em cada um deles qualidades de líder que confirmam a MERITOCRACIA que os conduziu aonde chegaram, por eleição ou indicação. Portanto, os camaradas não erraram ao escolherem-nos, regozijo-me por isso! No meu rosário de confissões, devo admitir que nunca privei com o Presidente Armando Emílio Guebuza e nunca sequer o entrevistei como jornalista (não tirem conclusões precipitadas, caros patrícios, não estou a regatear uma entrevista com o Grande Chefe!).
A maior oportunidade que tive foi essa que infelizmente os burocratas à volta do PR e então candidato da Frelimo para a sua reeleição inviabilizaram, ao não permitirem que eu e o então meu colega António Barros na TIM em Outubro passado tivéssemos o tão projectado e inédito “Debate Presidencial” entre Guebuza, Dhlakama e Simango (o Daviz). Foi uma pena o país não ter podido ver Guebuza a cilindrar o líder (Dhlakama) e a dar lições ao “chamwari” Daviz…algo que sei o candidato Guebuza gostaria de ter feito, como bem provam as suas prelecções pelo país profundo.
Tenho, por isso, inveja dos meus colegas de profissão que já tiveram a chance de entrevistar, “um-para-um”, “frente-a-frente”, “olhos-nos-olhos”, o visionário Armando Guebuza. Disse visionário Guebuza!? Sim, disse-o e assumo, daí um dos motivos-macro para a minha admiração pela sua pessoa (repito, caros patrícios, não estou a pedir nenhuma audiência com o PR, embora tenha umas boas coisas para lhe dizer “na cara” e “sem papas na língua”).
Visionário que é o Presidente Armando Emílio Guebuza, cá do meu canto tenho-o visto a andar pelo país a “pregar o evangelho do combate à pobreza”, a instilar cultura de trabalho e alto sentido de responsabilidade, a escrever prolífica e profusamente no seu blogue (www.armandoguebuza.blogspot.com) – para que dúvidas não haja de que a sua “Paixão pela Terra” e seu sonho é possível (YES, WE CAN!) para Moçambique.
Tenho-o visto, camarada Presidente (caros patrícios, agora é mesmo um diálogo entre mim e ele – já que o expediente da entrevista que “não estou a pedir” atravessará toda uma longa burocracia que se confunde com burrocracia até chegar a ele)… Sim, tenho-o visto, caro Presidente, na sua epopeia pelo País, a pregar o “evangelho do combate à pobreza”, a cultivar as nossas mentes tacanhas e a desafiar os nossos braços para o desígnio da viragem…
De longe, daqui do meu vale, tenho-o visto subir colinas e pradarias e descobrir que afinal está a escalar montanhas, tenho testemunhado a sua “Longa Caminhada pela Liberdade” mental deste povo, assim como o meu mestre Bob Marley já pregou “emancipate yourselves from mental slavery” (emancipem-se da escravatura mental). Fico absolutamente impressionado com a sua pujança, a sua exuberância, a sua convicção, a sua energia abnegada por esta causa, mas tenho-me assustado quando alguns do “contra”, “apóstolos da desgraça” apregoam que “estás a pregar no deserto”, meu Presidente!
Meu presidente, o que me tem inquietado e desassossegado, nesta minha admiração profunda pela tua causa e inspiração que busco na tua Luz, é que cresce no meu conceito a ideia de que te estão a transformar em mero pastor. Excelência, há ovelhas, brancas/brandas e “negras” que te seguem às cegas, são meros repetidores e reprodutores tipo “caixa de ressonância”, tipo prosélitos dançarinos de “amavira-vira” do teu chará DJ Mandito…
Tenho, em última confissão, receio de que os que te seguem e “ceguem” – pior que os que te renegam – estejam a converter-te num mero guardador de rebanhos…penso eu de que!