A Ministra moçambicana para a Coordenação da Acção Ambiental, Alcinda Abreu, reconhece que a situação da erosão no país é crítica, exigindo medidas específicas. Um pouco por todo o país, estradas, vilas, casas e outras infra-estruturas correm risco de serem engolidas pela erosão.
Face a esta situação, o Ministério para a Coordenação da Acção Ambiental (MICOA) está a estudar formas de intervir para minorar a situação. Apesar do fenómeno da erosão estar a atingir contornos alarmantes em algumas partes do país, até ao momento têm sido apenas tomadas medidas correctivas e não definitivas Face a situação, segundo Abreu, o MICOA já identificou os diferentes tipos de erosão e a sua localização e pretende fazer intervenções específicas e apropriadas para cada caso.
“A situação da erosão é critica no país. O que nós fizemos foi identificar os diferentes tipos de erosão, localiza-los, para encontrar os pontos críticos. Temos vários tipos de erosão e para cada tipo é necessária uma intervenção específica”, frisou. Alcinda Abreu, que falava a AIM, revelou a esta agencia noticiosa que este ano o MICOA vai formar técnicos ao nível nacional para disseminarem a pratica de utilização de plantas e a colocação de algumas infra-estruturas para os casos acentuados de erosão.
“Continuando como está a intensidade das ocorrências extremas por causa das mudanças climáticas, a situação da erosão no país vai se agravando cada vez mais. Este ano vamos formar técnicos ao nível nacional para a utilização de plantas apropriadas para o combate a determinado tipo de erosão. Para os casos mais acentuados, serão desenvolvidas algumas infra-estruturas nalguns locais”, referiu. A Ministra fez referência a algumas zonas do país onde estão a ser desenvolvidas infra-estruturas e decorre o plantio de árvores para travar a erosão. Na cidade da Beira, capital da província central de Sofala, “estão a ser reabilitados os gabiões que protegem a zona costeira e as paliçadas.
Também está em curso o plantio de árvores para combater a erosão”. Em Chinde e Changara, também em Sofala, segundo a fonte, houve situações extremas em que se teve que transferir a população para outros lugares porque a erosão estava a abrir crateras. Estes são alguns exemplos, porém pelo país fora existem inúmeros casos de erosão, alguns mais graves e outros menos. No país ocorrem vários tipos de erosão, nomeadamente a erosão hídrica, provocada pela água das chuvas que corre e abre crateras que depois se transformam num problema; costeira, em que o mar age sobre as rochas e praias através das suas ondas; e eolítica, que depende da velocidade dos ventos.
A erosão costeira é a mais comum no país. As grandes causas para este fenómeno são os ventos, tempestades, a força do mar, o aumento do nível do mar, as fortes precipitações, entre outras. Porém, existem outras causas como o desflorestamento, o deficiente ordenamento territorial sobretudo nas vilas, o abate dos mangais, mineração desordenada, entre outras.
Estas são provocadas directamente pelo homem. “Nós pretendemos fazer intervenções mais apropriadas para cada tipo de erosão”, frisou Alcinda Abreu.