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Mia Couto e o discurso da mestiçagem

Reunindo o que o cronista, provocador, analista político, crítico social e biólogo chama de “interinvenções”, E se Obama Fosse Africano?,  Mia Couto lançou a sua mais recente obra literária, no Brasil.

No artigo O Futuro por Metade, o escritor moçambicano Mia Couto, 56 anos, conta uma história – de quando ainda era jornalista, às vésperas da independência do país de Portugal, em 1975 – em que o general Sebastião Mabote comemorava o Dia da Mulher Moçambicana pedindo a uma plateia de estivadores toscos, que até então saudava o general aos urros, que repetisse com ele em alto e bom som: “Somos todos mulheres!”. Constrangidos, os estivadores ecoavam o grito de ordem do general num fiapo de voz. Fiasco.

O episódio é descrito por Couto para ilustrar uma quase obsessão: a inevitabilidade do multiculturalismo, da empatia e da tolerância como a única forma realista e possível de construção de identidade. Pessoal e nacional, especialmente em países feitos de tantas diferenças, como Moçambique. Ou o Brasil.

O Futuro por Metade foi escrito em 2007 em Maputo e faz parte de uma coleção de ensaios e palestras – que Couto chama de “interinvenções” – reunidos no livro E se Obama Fosse Africano?, lançado este mês no Brasil pela Companhia das Letras.

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