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Metical em depreciação antecipa Comité de Política Monetária do Banco de Moçambique

Anadarko anima Banco de Moçambique que reduz taxas de referencia pela primeira vez em 2019

Foto de Adérito CaldeiraApesar do Banco de Moçambique (BM) garantir que a detenção do ex-ministro Manuel Chang não gerou “alterações de relevo” na economia o facto é que o metical continua em depreciação, a 28 de Dezembro cada dólar custava 62,09 e hoje esteve cotado a 62,78 meticais, o que forçou a antecipação da reunião do Comité de Política Monetária (CPMO).

A directora do Gabinete de Comunicação do BM garantiu a jornalistas que a detenção do antigo ministro das Finanças na África do Sul não estava a afectar a economia nacional.

“(…)O Banco de Moçambique tem estado a fazer a devida monitoria da situação, através dos nossos indicadores, o que nós notamos é que não há alterações de relevo desde que nós tivemos o nosso encontro de Política Monetária realizado a 13 de Dezembro de 2018”, declarou Silvina de Abreu durante um inovador briefing que aconteceu no passado dia 31.

Contudo na passada sexta-feira (01) o banco central informou, através de um comunicado de imprensa, que: “a sessão do Comité de Política Monetária do Banco de Moçambique, anteriormente marcada para o dia 21 de Fevereiro de 2019 é antecipada para o dia 11 do mesmo mês, por motivos de agenda”.

Porém os factos são: quando o último CPMO reuniu a principal divisa em Moçambique estava cotada em 61,48 meticais; duas semanas depois, na véspera da detenção de Manuel Chang, a pedido das autoridades dos Estado Unidos da América que o acusam de corrupção e lavagem do dinheiro das dívidas ilegais contraídas pelas empresas Proindicus, EMATUM e MAM, o dólar norte-americano foi transaccionado a 62,09 meticais; nesta quarta-feira (09) cada unidade da moeda dos EUA já valia 62,78 meticais.

Um economista da banca nacional explicou ao @Verdade que o enfraquecimento da moeda moçambicana está relacionada com os vários compromissos que o Estado tem de pagar em divisas, citando o colateral que tem de ser desembolsado para a importação dos combustíveis líquidos e os gastos que os cidadãos mais abastados fizeram durante as férias da quadra festiva, mas também indicou os calotes que Moçambique está a dar aos investidores das dívidas ilegais assim como ao Banco Nacional de Desenvolvimento Económico e Social do Brasil e a detenção de Chang.

Onde não tem existido “alterações de relevo” é nos bancos comerciais que permanecem indiferentes aos relaxamentos da Política Monetária do BM durante os últimos 3 meses.

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