As acirradas eleições de Domingo (20) no Estado alemão da Baixa Saxónia não produziram um vencedor claro, mas não restaram dúvidas de que a maior derrotada foi a chanceler Angela Merkel.
O seu partido, a União Democrata Cristã (CDU), comandada no Estado pelo ascendente político David McAllister, havia se convencido na última semana sobre a iminência de uma histórica virada na campanha eleitoral da Baixa Saxónia, importante região agrícola e industrial no noroeste alemão, e que é considerada um termómetro da política nacional.
Mas, abertas as urnas, o SPD (sociais-democratas) e os verdes elegeram um deputado estadual a mais que os conservadores, que já governam o Estado.
O resultado foi uma amarga derrota para a chanceler, de 58 anos, que continua franca favorita a um terceiro mandato nas eleições federais que ocorrem daqui a oito meses.
“É um revés. Não vou fingir que não é, e dói ainda mais por ter sido tão acirrado”, disse Hermann Groehe, secretário-geral da CDU e grande aliado de Merkel, a uma rádio.
O resultado também dá à centro-esquerda a maioria no Bundesrat (Senado), o que significa que a oposição a Merkel poderá bloquear projectos do governo.
Isso não mudará nem depois das eleições nacionais de Setembro, mesmo que a coligação centro-direitista da CDU com os Democratas Livres preserve a maioria na Câmara Baixa.
A margem de manobra para Merkel na campanha federal tende a ser limitada, e a líder alemã, notoriamente avessa a riscos, poderá adoptar uma posição ainda mais cautelosa em questões como a crise na zona do euro.
“Suponho que não será possível impor nada ao Bundesrat que o SPD não queira”‘, disse Vokler Kauder, líder da CDU no Parlamento.