A Comissão Nacional dos Direitos Humanos tem acompanhado atentamente às situações em torno do diálogo entre o Governo de Moçambique e a Resistência Nacional de Moçambique (RENAMO).
Reconhecendo a sensibilidade da situação e das matérias em diálogo, a Comissão acredita que as parte possuem todas as capacidades necessárias para que se chegue a uma solução que beneficie a nação moçambicana. É nossa convicção que o diálogo deva sempre prosseguir até que se encontre uma solução nobre.
Reconhecendo o momento de ameaça em que o país hoje vive, deve ser condenado todo o tipo de discurso que ameace a Paz e a Unidade Nacional, assim como devem ser condenados todos os actos que contribuam para demorar o encontro de uma solução eficaz, adiando o que deve ser feito com urgência ou culpabilizando quem quer que seja.
A Paz beneficia a todos os moçambicanos, assim como a guerra prejudica a todos os moçambicanos. Percebemos por isso que é dever de todos nós evitar que voltemos aos tempos da Guerra Civil, de cujas sequelas todos nós ainda não nos curamos.
A Comissão Nacional dos Direitos Humanos, apercebeu-se que o momento já não é de simples ameaças de violações de direitos humanos, uma vez que as violações de direitos humanos já estão a ocorrer.
Já sobem os números de denúncias e notícias de sérias violações de Direitos Humanos, factos que nos obrigam a apelar as partes em questão que voltem a repensar o País pelo qual lutaram no passado, pelo qual adiaram interesses pessoais e pelo qual um dia estiveram dispostos a dar a própria vida.
A Paz deve ser amada e a guerra odiada, por isso acreditamos que o Governo de Moçambique e a Renamo farão de tudo para que os ganhos que moçambique granjeou até hoje não sejam postos em causa, mas que sejam engradecidos através de uma dialogo urgente e construtivo.
Pela Paz e pelos Direitos Humanos
Custódio Duma, Presidente da CNDH