A qualidade do crédito à economia em Moçambique registou uma melhoria em 2008, segundo uma pesquisa da empresa de consultoria KPMG sobre o sector bancário divulgada na semana passada.
Contribuíram para esta melhoria a manutenção de uma política de avaliação prudente e criteriosa de créditos, monitoria com especial atenção aos sinais de alerta, saneamento das carteiras de crédito, recuperação de créditos mal-parados e a sua reestruturação por via do reforço de garantias ou regularização de juros vencidos. Segundo a pesquisa, a melhoria da qualidade do crédito reflectiu-se na queda do rácio de crédito vencido sobre o crédito total, na queda do rácio de provisões específicas sobre o crédito total.
O African Banking Corporation, Banco Terra e o Moza Banco lideram em termos de qualidade de crédito, ao apresentarem percentagens quase nulas de crédito vencido e duvidoso, seguidos pelo Millennium-BIM, com 0.9 por cento. De acordo com a pesquisa, em 2008, o crédito registou um crescimento “surpreendente” na ordem de 42 por cento atingindo 43.3 milhões de meticais, quando comparado com 2007, em que o mesmo cresceu 16 por cento, totalizando 30.5 milhões de meticais.
O aumento do crédito à economia está associado à “forte procura do crédito tanto pelas empresas para o financiamento de meios circulantes e para investimento, como por particulares para consumo e aquisição de bens imobiliários”, segundo explica o estudo. Por outro lado, este aumento deveu-se ao incremento de projectos de investimento de risco aceitável, com maiores retornos e ao desinvestimento das aplicações no mercado estrangeiro devido ao cenário do mesmo em 2008.