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Médicos tradicionais moçambicanos negam envolvimento no terror contra albinos e responsabilizam estrangeiros

A Associação dos Médicos Tradicionais de Moçambique (AMETRAMO) e Medicina Alternativa vieram a público, na terça-feira (14), negar o seu envolvimento no rapto e assassinato de albinos, supostamente para fins de obscurantismo, e alegou que o problema estar relacionado com “muitas medicinas emergentes” e proliferarão de “praticantes estrangeiros” em Moçambique, facto que “não conseguimos controlar”.

As práticas e métodos dos médicos tradicionais estrangeiros são desconhecidos, o que não permite perceber como actuam, disse Azevedo Baptista, porta-voz daquelas agremiações, ajuntando que “o que está claro é que a medicina tradicional moçambicana” não recorre a nenhum órgão humano para curar, enriquecer, nem para qualquer outra finalidade.

Desde que a onda de sequestro a assassinato de pessoas com problemas de pigmentação da pele ganhou contornos alarmantes no país, o trabalho dos médicos tradicionais passou a não ter credibilidade, na óptica da fonte.

De acordo com Azevedo Baptista, o descrédito do trabalho da AMETRAMO acentuou-se quando os médicos estrangeiros recorreram à distribuição de panfletos e a outras formas de publicidade dos serviços como estratégia para angariar a clientela.

A agremiação disse ainda, em conferência de imprensa, que o desejável era que qualquer médico forasteiro que chegassem a Moçambique a contasse ou o Instituto da Medicina Tradicional para se informar, porém tal não acontece.

Azevedo queixou-se ainda do facto de os médicos em questão apresentarem documentos emitidos pelas nossas autoridades municipais e distritais sem o parecer da AMETRAMO.

Como forma de ultrapassar a situação, a classe é pela aprovação urgente da proposta de criação do Conselho Nacional de Medicina Tradicional, cujo documento encontra-se nas mãos do Governo.

Em alguns países africanos, há crenças bastante fortes em torno dos “milagres” proporcionados pelos órgãos dos albinos para uma suposta cura de determinadas enfermidades ou enriquecimento. No Malawi, por exemplo, o tribunal supremo local proibiu, desde o início do ano em curso, qualquer prática de bruxaria no país para tentar pôr fim à onda de ataques contra as pessoas problemas de pigmentação da pele.

Naquele país, os albinos são assassinados e mutilados para se utilizar partes do seu corpo em certos rituais tradicionais relacionados ao obscunratismo.

Em Moçambique, os tribunais judiciais do Niassa, Cabo Delgado, Nampula e Tete condenaram alguns cidadãos a penas que variam de 21 a 40 anos de cadeia efectiva por tentativa rapto, sequestro, assassinato e esquartejamento de albinos.

Contudo, estas medidas parecem não dissuadir os malfeitores, pois a 05 de Junho corrente, uma criança do sexo masculino, de seis anos de idade, que em vida respondia pelo nome de Faztudo Filipe, foi raptada, morta e esquartejada na cidade de Chimoio, província de Manica.

O que as autoridades ainda não conseguiram em relação a este problema, é prender os mandantes que, certamente, continuam ao fresco e aptos para fazer mais vítimas.

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