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Médicos coagidos a cumprir o serviço militar em Sofala

Os médicos recém-graduados pela Faculdade de Medicina da Universidade Eduardo Mondlane, na província de Sofala, estão inquietos alegadamente porque o Ministério da Defesa Nacional, por intermédio do Centro de Recrutamento, está, desde princípios de Junho último, a contactá-los, telefonicamente, para cumprir o Serviço Militar. A situação está a gerar uma onda de descontentamento entre os visados, pois desconfiam tratar-se de uma perseguição por terem aderido à greve dos profissionais de saúde observada entre Maio e Junho passados no país.

 

Os terapeutas que denunciaram o facto ao @Verdade contaram que em virtude de terem ignorado o convite do Ministério da Defesa Nacional foram forçados a se apresentarem à inspecção militar. Para justificar a medida por si tomada, o ministério alegou que se tratava de “incorporação extraordinária”.

Apurámos também que a suposta “incorporação extraordinária” abrange a todos médicos recém-graduados em Sofala e estão em processo de exames de aptidão com vista a integrarem as fileiras das Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM). Até 30 de Junho passado, alguns já devia ter sido distribuídos pelos centros de instrução militar, mas algo correu mal, por isso, a data foi prorrogada para 10 de Julho em curso.

Questiona-se, no entanto, por que razão a referida “incorporação extraordinária” só abrange os terapeutas (por sinal que aderiram à greve que tinha como propósito exigir do Governo melhores condições de trabalho) e não os profissionais de outros sectores em idade de cumprir o Serviço Militar.

Em Maputo e no resto das províncias ainda não há informações dando conta de um acontecimento idêntico ao de Sofala, protagonizado pelo Ministério da Defesa. Porém, os médicos que sabem que ainda não cumpriram o Serviço Militar e não ultrapassaram os 35 anos de idade estão apreensivos, pois a qualquer momento podem ser chamados, compulsivamente, para a mesma missão.

Na capital do país, a verdade é que o Ministério da Saúde (MISAU) decidiu reformar, por limite de idade, apenas quatro médicos numa lista composta por 24. Tratam-se de Ana Maria da Graça Ferreira Lopes Pereira, Benedita Anastácia da Silva, Maria Manuel Caldo Martins Cunha e Elias Suiane Fernando Walle, todos com a categoria de Médico Hospitalar Consultore e que também teriam estado do lado dos profissionais de saúde aquando da última greve que durou 27 dias.

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