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Médicos abandonam Serviço Nacional de Saúde

Médicos moçambicanos estão a abandonar em massa o Serviço Nacional de Saúde para se integrarem nas organizações não governamentais à procura de melhores condições de trabalho, acentuando, deste modo, o problema de falta de quadros superiores na função pública.

O facto foi anunciado esta terça-feira, no decurso de uma visita efectuada pelo governador da provincia de Nampula, Felismino Tocoli, a algumas unidades sanitárias. No Hospital Central de Nampula, a unidade de maior refer|encia ao nível da região norte do país, o governante foi informado de que, no ano passado, quatro médicos requereram a sua demissão do Estado, e semelhante cenário ocorre no Hospital Geral de Marrere, onde tem vindo a registar-se idêntica debandada a cada ano que passa.

Os médicos nacionais queixam-se de falta de incentivos, ralacionados, sobretudo, com os baixos salários pagos pelo Estado, da demora ou mesmo da inexistência de subsídios para horas extras, da falta de habitação, entre outros benefícios de que desfrutam os seus colegas estrangeiros. Numa reunião realizada na visita de terça-feira ao Hospital Central e Nampula, o governadopr de Nampula foi informado de que alguns médicos ali afectos, incluindo os contratados recentemente, não auferem os respectivos honorários há cerca de três meses, além de atrasos sistemáticos com que os mesmos lhes são disponibilizados.

As autoridades sanitárias manifestam-se muito preocupadas com esta situação e pediram o apoio do governador para que ela seja debelada através, sobretudo, da criação de condições de habitação para os técnicos superiores como forma travar a redução progressiva do efectivo. A questão de insuficiência de pessoal médico nas unidades sanitárias faz com que alguns serviços sejam assegurados apenas pelos técnicos de medicina geral.

O Hospital Central de Nampula conta com um efectivo de 1. 055 funcionários, 51 dos quais médicos de diferentes especialidades, enquanto o Hospital de Marrere, o mais antigo (construído em 1938) tem apenas 126 funcionários e um efectivo de médicos bastante reduzido.

Conforme foi referido na ocasião, os serviços de pediatria, medicina, pneumonia, cardiologia e cirurgia são os mais carecidos de pessoal especializado, existindo até enfermarias que se encontram encerradas por alegada falta de técnicos ou enfermeiros.

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