O médico de Michael Jackson, Conrad Murray, administrou um potente anestésico no rei do pop e o deixou sozinho, vindo depois a encontrá-lo sem vida em seu quarto, informa esta quinta-feira o jornal Los Angeles Times, citando fontes ligadas à investigação da morte do artista.
Segundo as fontes, o dr. Murray, de 51 anos, será indiciado como suspeito de homicídio pela polícia de Los Angeles (LAPD). Murray teria adquirido legalmente o potente anestésico Propofol – normalmente reservado para uso hospitalar – em uma farmácia de Las Vegas (Nevada) e o administrou em Michael Jackson como tratamento contra a insônia. Murray teria declarado aos detetives que deixou o cantor sozinho durante administração do Propofol, já que ele jamais havia tido problemas no passado.
Não se sabe quanto tempo o médico deixou Michael sozinho. Uma fonte indicou ao jornal que Jackson tomava essa droga para dormir há uma década. Murray, que começou a trabalhar como médico pessoal de Michael Jackson em maio passado, reconheceu na polícia, dois dias depois da morte do artista, que administrou esse remédio repetidas vezes em seu paciente.
O médico insistiu que não fez nada de mal e disse à polícia que nunca teve problemas com o sedativo aplicado para anestesias gerais em cirurgias. Murray também enfatizou que não havia inconveniente em deixar Jackson sozinho para fazer ligações de seus celular. Quando o médico voltou ao quarto, Jackson já não estava mais respirando, por isso ele tentou reanimá-lo, enquanto outro funcionário chamava os serviços de emergência.
Os paramédicos levaram rapidamente o cantor para o hospital UCLA Medical Center, onde foi declarado morto. O jornal informou que é possível que não existam provas suficentes para indiciar Murray por homicídio porque, além de uma pequena dose de Propofol no corpo de Jackson, foram achadas outras drogas prescritas com receita legal, em particular ansiolíticos. Funcionários da Agência Antidrogas dos Estados Unidos (DEA) revistaram na terça-feira uma farmácia em Las Vegas (Nevada, oeste) com o objetivo de apreender documentos relativos às prescrições emitidas por Murray.
Os agentes chegaram à farmácia Applied em busca de discos rígidos dos computadores, prescrições e faturas de envios de medicamentos feitos pelo cardiologista. Uma fonte próxima à investigação disse à AFP que materiais obtidos em outra batida, realizada no dia 28 de julho, revelaram que alguns dos medicamentos obtidos pelo médico para Jackson haviam sido comprados na farmácia Applied. Já o departamento forense da polícia do condado de Los Angeles afirmou na segunda-feira que havia completado uma “meticulosa e exaustiva” necropsia de Jackson, mas que não divulgaria o relatório, que inclui os esperados resultados toxicológicos, até que a polícia tenha completado a investigação.
Segundo um comunicado da LAPD, manter segredo sobre os resultados da autópsia “ajudará à integridade da investigação e permitirá aos agentes da divisão de Homicídios, assim como a nossos companheiros das agências federais, prosseguir com seu trabalho”. “O Departamento de Medicina Legal do Condado de Los Angeles já completou sua investigação sobre a morte de Michael Jackson”, informou a instituição sobre o caso do rei do pop, que faleceu de parada cardíaca, em 25 de junho passado, aos 50 anos.
As autoridades forenses não mencionaram a data da eventual divulgação dos resultados dos exames toxicológicos.