A capital do país, que tem registado chuvas desde a passada semana, registou intensa precipitação durante algumas horas da manhã desta Terça-feira (15) que resultaram na inundação de vários bairros, estradas e ruas do centro da cidade à periferia.
Foram mais de 40 mm de chuva, registados pelo Instituto Nacional de Meteorologia, que mostraram, mais uma vez, que os trabalhos de melhoramentos realizados nos sistemas de saneamento, nas cidades de Maputo e Matola, tem sido mau.
Numa das zonas mais nobres, da chamada cidade da acácias, no bairro da Sommershield II, onde decorrem obras de reabilitação do prolongamento da avenida Julius Nyerere as águas da chuva criaram um verdadeiro rio que correu pela estrada reabilitada e desceu pela rua Para O Palmar tendo arrastado grandes secções do pavimento existente e aberto uma nova cratera.
Este “rio” inundou toda a zona da baixa ao redor da rua O Palmar. Locais com o novo Hospital Privado de Maputo ou a Escola Portuguesa ficaram submersos. Várias vivendas de luxo, nessa zona, tiveram águas nos seus quintais.
Na baixa da cidade a inundação ultrapassou o meio metro de altura na avenida 25 de Setembro há registo de pelo menos um carro ligeiro que foi parcialmente arrastados pela força da corrente.
Entre os bairros da Maxaquene e Urbanização, a chuva intensa inundou a avenida Acordos de Lusaka e o tráfego de carros mais altos criou chegou a criar ondas de mais de meio metro de altura.
Na vala de drenagem, que existe ao longo da avenida Joaquim Chissano, duas crianças que brincavam caíram na vala e foram arrastadas pela corrente de água. Os bombeiros chamados ao local conseguiram, até cerca das 16 horas, recuperar apenas o corpo de um dos petizes já sem vida na zona do bairro do Jardim.
As águas inundaram ainda a praça 16 de Junho, conhecida como rotunda da Toyota, tendo transbordado da vala de drenagem existente no local e criado muitos constrangimentos no tráfego de viaturas particularmente aquelas que circulavam da avenida de Moçambique em direcção à avenida 24 de Julho e avenida da ONU.
No bairro do Zimpeto a força das águas submergiu uma secção da Estrada Nacional nº1, defronte do Mercado Grossista, tendo impedido o tráfego de viaturas ligeiras durante algum tempo.
No bairro de Xiquelene as casas situadas na zona baixa ficaram submersas incluindo a igreja Apostólica existente no local.
Na entrada de “Drive In”, para quem vai ao bairro de Intaka e Muhalaze, a rua já de acesso difícil ficou intransitável.
No Bairro Nkobe, na cidade da Matola, as chuvas inundaram várias zonas deixando a transitabilidade para viaturas altas e quem se aventure a entrar nas águas..
Vários outros bairros estão alagados: Laulane, Ferroviário, Polana Caniço entre outros.
As chuvas originaram também a derrocada de muros no bairro Ndlavela e impossibilitam a passagem entre os bairros vizinhos.
Nos históricos bairros do Chamanculo e Mafalala, no coração da capital moçambicana, o cenário repete-se sempre que chove com algum intensidade casa inundadas, vias de acesso transformadas em canais de água. Os moradores procuram minimizar o sofrimento retirando a água de dentro das residências e atirando-a para as ruas e colocando sacos de areia na entradas das suas habitações.
Enquanto nas estradas, quem tem carro próprio, tenta chegar a casa no caótico tráfego habitual do fim do dia, nas paragens os citadinos esperam e desesperam pelos autocarros dos transportes públicos e semi-colectivos de transportes de passageiros.
Para muitos maputenses e matolenses a noite desta Terça-feira para Quarta-feira não será de descanso. Muitos terão mesmo que dormir em casa de familiares em zonas mais altas ou por cima de mesas.