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Manifestantes ucranianos continuam acampados e desafiam a polícia

Cerca de 2.000 manifestantes contrários ao governo da Ucrânia mantinham-se encolhidos junto a fogueiras acesas no meio da neve no seu acampamento, em Kiev, esta terça-feira (10), desafiando as forças policiais que durante a noite expulsaram os activistas para longe dos prédios públicos.

Dezenas de agentes da tropa de choque removeram as barricadas que sitiavam a sede da Presidência, os ministérios e o Parlamento. Os manifestantes reagruparam-se na Praça da Independência, no centro de Kiev, onde armaram um acampamento com tendas e um palco onde os cantores e oradores revezam 24 horas por dia.

A bandeira presidencial, azul com um tridente dourado no centro, tremulou em frente ao gabinete, sinalizando que Viktor Yanukovich está a trabalhar – possivelmente pela primeira vez desde que os protestos começaram, a 21 de Novembro, por causa da decisão dele de não assinar um acordo de associação com a União Europeia, favorecendo uma maior aproximação com a Rússia.

Os manifestantes temiam que a chegada da tropa de choque policial, na segunda-feira, prenunciasse uma repressão, mas não se repetiu a violência da semana passada, quando dezenas de activistas ficaram feridos. Enquanto a crise ameaça uma economia já em crise, Yanukovich prepara-se para conversar, terça-feira, com três ex-presidentes ucranianos.

Entre terça-feira quarta-feira, ele deve reunir-se com a chefe da diplomacia europeia, Catherine Ashton. Ilya Shutov, ex-mineiro da cidade de Donetsk, no leste, disse que os manifestantes permanecerão acampados até que Yanukovich renuncie.

“Éramos a favor do acordo de associação com a UE porque achamos que ele obrigaria nossas as autoridades a serem civilizadas. A sua recusa à Europa é a recusa a serem civilizados”, disse. “O nosso objectivo é livrarmo-nos das autoridades como as soviéticas.”

Em visita a Moscovo, a subsecretária norte-americana de Estado, Victoria Nuland, reiterou o apelo por calma em Kiev, e acrescentou que a Rússia deveria “usar a sua influência para pressionar pela paz, a dignidade humana e uma solução política”, segundo uma nota da embaixada dos EUA em Moscovo.

Por outro lado, a Câmara dos Deputados russa deve aprovar uma moção rejeitando a interferência de políticos ocidentais na Ucrânia, facto desencadeado pela visita a Kiev, na semana passada, do ministro alemão das Relações Exteriores. Na quinta-feira da semana passada, a polícia ucraniana havia dado cinco dias para que os manifestantes se dispersassem, mas isso não aconteceu.

“Vamos permanecer aqui até o fim para defendermos os nossos direitos”, disse o advogado Sergei Kuzan, 29 anos, parte de uma equipe autogerida de segurança montada para defender as barricadas no acampamento da praça da Independência. “A minha tarefa é não deixar a polícia entrar, nem os provocadores.”

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