Depois de conseguirem poucos avanços nas ruas, os manifestantes tailandeses de oposição abriram uma nova frente, visando a empresas vinculadas à família da primeira-ministra Yingluck Shinawatra e usando as redes sociais para divulgar isso.
A ideia de um boicote, divulgada em comícios e pelas redes sociais, já teve um impacto notável nesta semana: as ações de uma incorporadora imobiliária controlada pela família Shinawatra e um distribuidor de aparelhos electrónicos vinculado à família despencaram cerca de 10 por cento em três dias.
Ainda é cedo para estimar o impacto sobre o facturamento e lucro dessas empresas, mas a simples ameaça dos manifestantes já reduziu em bilhões de dólares o valor de mercado de empresas vistas como ligadas a Yingluck e ao seu irmão Thaksin, ex-primeiro-ministro populista que vive no exílio, mas continua a ser uma figura central na crise tailandesa.
Os boicotes a empresas não são uma novidade, nem o uso das redes sociais e mensagens de texto para mobilizar partidários de causas políticas. O que parece ser novo é que o grito de guerra do líder oposicionista Suthep Thaugsuban – “Se você ama o seu país, pare de usar os produtos Shinawatra” – esteja a juntar as duas coisas e a fazer da possibilidade de boicote, em geral associada a activistas pacíficos e consumidores, uma potente arma num conflito político.