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Manifestações nas ruas de Lomé

Membros duma frente de organizações da sociedade civil e dum grupo de partidos políticos da oposição invadiram sábado as ruas de Lomé, no Togo. A Frente para a Salvaguarda das Conquistas Democráticas e Governação Eficiente (Frente Sábia), constituída por uma dezena de organizações da sociedade civil e criada em março último, previu organizar uma marcha de protesto contra o silêncio observado há 20 anos pelos regimes no poder sobre as reivindicações do povo togolês.

Esta marcha da Frente Sábia é vista como uma concorrência desleal à Frente Republicana para a Alternância e Mudança (FRAC), uma coligação de cinco partidos políticos da oposição que, desde as últimas eleições presidenciais, organiza cada fim de semana marchas para protestar contra as presumíveis fraudes eleitorais. A FRAC que agrupa, entre outros, a Aliança Nacional para a Mudança (ANC), dirigida por Jean-Pierre Fabre, e Sobressalto-Togo de Kofi Yamgname, rejeitaram não apenas o convite a juntar-se à manifestação da Frente Sábia, mas sobretudo negam a esta última o direito de sair à rua, alegando que as reivindicações são do domínio dos partidos políticos.

A FRAC acusa igualmente a Frente Sábia de ter apoiado o projeto de lei introduzido pelas autoridades togolesas sobre a regulamentação das reuniões e manifestações na via pública, enquanto a FRAC se comprometeu a reclamar pela sua anulação.

Esta disputa não parece privada de motivações eleitoralistas, quando se sabe que eleições autárquicas estão previstas para dentro de alguns meses e a Frente Sábia serve de cobertura a partidos políticos tais como o Comité de Ação para a Renovação (CAR) de Yawori Agboyubo, a Organização para Construir na União um Togo Solidário (OBUTS) de Gabriel Kodjo Agbéyomé, bem como outras pequenas formações políticas, algumas das quais colaboram com o poder atual. « Estou dececionado com o facto de que todas as forças vivas se dispersam », deplorou o vice-presidente da Frente Sábia, Zeus Ajavon, aplando a todos os que desejam uma nova gestão política no país para os acompanhar.

Para a segunda vice-presidente da ANC, Isabelle Améganvi, estas duas marchas permitiram clarificar a paisagem política a nível da oposição, deplorando os conflitos internos que fragilizam a oposição togolesa na sua luta pela mudança e pela alternância.

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