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SELO: Mambas, Brasil só a binóculos… por Alcides Bazima

A selecção nacional não foi para além do empate a zero, diante da Guiné Conackri em partida a contar para a qualificação para o campeonato do mundo a disputar-se no Brasil, no próximo ano.

Com este resultado, esta partida deixou de ser decisiva no que toca às pretensões da equipa nacional de continuar a acalentar a hipótese de chegar ao Brasil. Uma vitória manteria a esperança intocável e uma luz no fundo do túnel ficaria acesa.

Um empate ou derrota significaria praticamente o fim de um lindo sonho. E assim foi…o sonho esfumou-se em pleno Estádio Nacional de Zimpeto, vulgo ENZ. Ver a Selecção Nacional marcar presença num “Mundial” era visto, por estas alturas, como um milagre.

Mas porque o futebol é aquela caixinha de surpresas, onde a lógica nem sempre impera e porque sonhar não é proibido, os moçambicanos tentaram acreditar que era possível rumar à mais prestigiada competição futebolística planetária.

Num passado bem recente, selecções africanas, de dimensão mediana, nomeadamente Angola e Togo, surpreenderam o mundo do futebol mostrando que tudo é possível ao carimbarem o passaporte para o Campeonato do Mundo – Alemanha 2006.

A equipa nacional tinha no jogo de domingo o balão de oxigénio para manter-se “viva” na corrida ao “Mundial”, mas não houve pontaria por parte dos nossos avançados. Para tal, vencer era imprescindível.

De salientar que há, sensivelmente, dez anos os guineenses vieram a Maputo vencer, em pleno Estádio da Machava, por 4-3, num jogo que acabou sendo memorável para o avançado Dário Monteiro, autor dos três golos da turma nacional.

Sem Dário, já fora do activo, as esperanças dos golos residiam na magia de Dominguez, nos remates fulminantes de Miro ou mesmo de Clésio, o jovem da coroa dos “Mambas” que na partida de domingo viu o árbitro negar-lhe uma grande penalidade depois de ter sido sanduichado por dois centrais.

Este jovem mostrou tarimba e justificou a sua curta estadia nas terras lusas, no Benfica. Seja lá de quem for, o que importa mesmo é que desta vez a festa não foi moçambicana e que o público que incessantemente apoiou a equipa, nas bancadas do Estádio Nacional do Zimpeto, saiu de lá cabisbaixo, pois o resultado não nos dá aquilo que ambicionamos, embora o desempenho da equipa tenha sido fulgurante. Só que os golos é que ganham jogos!

A fechar vai uma alerta à Federação Moçambicana de Futebol (FMF): numa altura em que a selecção precisa de apoio do público após a frustrada ida ao CAN da África do Sul era necessário atrair as massas com um preço acessível do bilhete de ingresso.

Os 200 e 100 meticais fixados para o jogo do último domingo, numa semana que os salários andavam ainda longe do bolso do utente, significou total inibição para quem tinha vontade de ir ver os “mambas”. O sinal foi dado no jogo amigável realizado contra a Suazilândia, onde mesmo a custo zero praticamente ninguém se fez presente no ENZ.

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