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Malawi discute incidente de Ngauma

O Presidente do Malawi, Bingo wa Mutharika, disse que o recente episódio de violência registado no distrito de Ngauma, província nortenha do Niassa, envolvendo supostos agentes da guarda da fronteira do seu país e de Moçambique, será discutido no conselho de segurança malawiano.

A promessa foi feita quarta-feira, em Maputo, pelo estadista malawiano instantes antes de partir de regresso ao seu país, depois da visita de três dias que efectuou a Moçambique, para cimentar os laços de amizade e cooperação entre os dois Estados da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC). No incidente registado a três de Agosto corrente, uma segunda-feira, no posto fronteiriço de Caloca, distrito de Ngauma, os supostos agentes da guarda da fronteira malawiana entraram para o território moçambicano a fim de exigir a devolução de uma bicicleta que teria sido confiscada a um concidadão daquele país. Malawi discute incidente de Ngauma

A guarda-fronteira malawiana, que travou uma acesa discussão com a contraparte moçambicana, voltou na noite do mesmo dia e incendiou o posto policial, tendo antes lançado gás lacrimogéneo e disparado tiros contra as instalações sem, no entanto, causar vítimas humanas. No entanto, Mutharika disse à imprensa moçambicana ter tomado conhecimento do incidente depois de chegar ao país, mas garantiu já ter enviado uma notificação ao pessoal da segurança, com quem vai reunir para apurar, com exactidão, as reais causas do sucedido.

“Depois do encontro com o conselho de segurança enviarei um relatório ao meu irmão Guebuza, mas acredito estarmos perante um mal entendido provocado por um grupo de pessoas e não uma atitude do estado malawiano”, explicou Mutharika. O incidente, segundo Mutharika, esteve na origem do súbito cancelamento da visita ao Porto da Beira, província de Sofala, que desempenha um papel preponderante no manuseamento de vária mercadoria que tem estado a estimular o crescimento socio-económico do Malawi.

“Ontem, quando recebi o relatório sobre o incidente fiquei muito preocupado, por isso fiquei a manhã toda em contacto com as varias fontes no Malawi a discutirmos o assunto, por isso achei deselegante iniciar uma visita enquanto há assuntos como este para resolver”, sublinhou o presidente. Esta Quarta-feira, último dia da visita, o estadista malawiano tinha, no programa, uma visita ao Instituto de Investigação Agrária (IIAM) em Boane, província de Maputo, mas a mesma, segundo ele, ficou também inviabilizada pelo sucedido.

“Apesar de estar a sair esta tarde tenho de reunir-me com o conselho de segurança”, disse Mutharika, cuja partida estava inicialmente prevista para as 10 horas da manhã (08 horas TMG), mas a mesma só veio a acontecer quando eram aproximadamente 15 horas (13:00 TMG). Questionado sobre a possibilidade de o Malawi emitir um pedido formal de desculpas, ele disse que não estava em condições de adiantar nada nesse sentido sem antes conhecer as reais causas. Porém, ele garante discutir o assunto e só depois disso decidirá o que fazer, até porque agora nem sequer conhece os verdadeiros culpados.

Já em relação a visita ao país, ele afirmou que a mesma foi muito proveitosa, na medida em que as partes acordaram o início de um novo capítulo na história das relações bilaterais entre os dois países. Moçambique e Malawi têm, segundo Mutharika, excelentes relações e esta visita visa melhorar o forte intercâmbio entre ambos, assim como a nível regional nas áreas de transportes e comunicações, energia, recursos humanos, educação e noutras esferas. “A visita foi frutuosa e espero que o meu irmão Guebuza venha ao Malawi, possivelmente depois das eleições gerais para uma visita oficial e seguimento dos pontos discutidos durante esta minha estada em Moçambique”, disse Mutharika.

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