A malária, uma doença infecciosa, mortífera e transmitida através da picada do mosquito (fêmea), está longe de ser eliminada em Moçambique. Dos seis milhões e quatrocentos casos registados no ano passado, pelo menos 2.465 resultaram em morte, contra 3.245 óbitos registados em 2014.
Apesar da redução de óbitos, o número de pessoas padecendo desta enfermidade aumento de 5,8 milhões para 6,4 milhões.
Martinho Djedje, inspector nacional no Ministério da Saúde (MISAU), disse, na quarta-feira (01), que a abordagem e o combate ao paludismo deve estar mais focado ao distrito e à província. “O elevado peso da malária constitui grande preocupação para o Governo”, porque “interfere negativamente no desenvolvimento económico e social do país”.
Segundo o dirigente, que falava na abertura da VIII Reunião Anual de Balanço do Programa Nacional de Controlo da Malária, pese embora “existam intervenções eficazes em termos de custos”, a doença continua a ser um dos maiores problemas de saúde pública em Moçambique, causando milhões de casos e milhares de óbitos anualmente.
A malária perpetua a pobreza à medida que contribui para o elevado absentismo nas escolas, nos postos de trabalho e faz com que haja perda da mão-de-obra laboral, para além dos casos de doentes que ficam com sequelas depois de serem contaminadas pela doença, em situações mais graves.
Moçambique tem estado a implementar os métodos de controlo desta enfermidade, desde a distribuição de redes mosquiteiras à pulverização intra-domiciliária. Todavia, a mesma doença prevalece como a principal causa de morte, sobretudo em crianças com menos de cinco anos de idade. As contaminações incidem mais, também, na mesma faixa etária e em mulheres grávidas.
Nas comunidades, apela-se cada vez mais à eliminação dos locais considerados habitas do mosquito, tais como charcos de água estagnadas e as populações devem consentir a pulverização intra-domiciliária. Contudo, tais medidas pouco têm sido levadas a peito pelas mesmas populações. Em Maputo, os distritos municipais de KaTembe, KaMavotha e KaChamanculo são considerados os mais problemáticos em termos de proliferação de mosquitos.