O pintor moçambicano Malangatana Valente Ngwenya disse hoje, na capital portuguesa, ter recebido com surpresa as cartas que o acreditam como novo membro da Academia de Ciências de Lisboa, secção de Letras.
Malangatana Valente Ngwenya é uma das quatro personalidades do mundo artístico e intelectual dos países africanos de expressão portuguesa a serem admitidas à Academia de Ciências de Lisboa, na base de uma eleição numa recente sessão plenária da instituição. Falando na quinta-feira pouco antes da cerimónia de recepção ao novo membro da Academia de Ciências de Lisboa, ele confessou que, “para mim, como sempre, mas com toda sinceridade, as novas coisas que me aparecem na vida recebo com surpresa”.
Segundo ele, “foi, de facto, uma surpresa quando recebi documentos referentes ao assunto e perguntei o que poderei apresentar para assegurar isso com responsabilidade e como dono do mérito”? “Agradeço, com humildade, a todos que me ajudaram a gatinhar e a caminhar até ao ponto onde eu cheguei. É, para mim, uma honra, não só para minha família de sangue, mas também para a família moçambicana”, sublinhou Malangatana Ngwenya, numa breve declaração a RDP(Radiodifusão Português) Africa.
Para além do maior pintor moçambicano, foram eleito os escritores Germano de Almeida (Cabo Verde) e Pepetela (Angola) e o economista Carlos Lopes (Guiné-Bissau) como “Académico Correspondente Estrangeiro” em sessão plenária da Academia, a 24 de Julho deste ano. Na mesma altura, foram ainda eleitos para esta categoria o príncipe Aga Khan e a antropóloga e investigadora alemã Beatrix Heintze.
Malangatana Valente Ngwenya nasceu a 6 de Junho de 1936, em Matalane, província de Maputo, no sul de Moçambique. Essencialmente um auto-didacta, Malangatana é hoje um dos artistas africanos mais conhecidos internacionalmente, estando representado em vários museus e colecções privadas de todo o mundo.
