Quando faltam apenas seis dias para o fim da campanha de 45 dias rumo às eleições do próximo dia 28, mais três pequenos partidos anunciaram segunda-feira, em Maputo, o seu apoio “incondicional” ao candidato presidencial da Frelimo, Armando Guebuza. Trata-se do Partido Social-Liberal e Democrático (SOL), Partido da União Progressista (PUP) e do Partido da Liberdade e Desenvolvimento (PLD) que, em três conferências de imprensa separadas mas realizadas no mesmo local, em Maputo, em momentos separados, anunciaram segunda-feira o seu apoio a Guebuza.
O SOL e o PUP foram excluídos pela Comissão Nacional de Eleições (CNE), não estando a concorrer nas eleições da próxima semana em nenhum dos 13 círculos eleitorais, enquanto que o PLG disputa o pleito em 10. Ambos falaram segunda-feira à imprensa para negar o pronunciamento de um outro dirigente da oposição que, em representação de um grupo de 25 partidos excluídos deste processo eleitoral, manifestou, semana passada, o apoio deste colectivo à candidatura presidencial do líder do Movimento Democrático de Moçambique (MDM), o edil da Beira, Daviz Simango.
“Nós nos distanciamos da informação veiculada na imprensa na semana passada”, disse Ariel Manhique, vicepresidente do partido SOL, vincando que o SOL apoia a candidatura de Armando Guebuza, “primeiro porque ele tem o perfil para conduzir os destinos do país e, segundo, porque ele tem o melhor programa para conduzir o desenvolvimento do pais”.
O estranho no pronunciamento de Manhique é que ele e’ um dos lideres dos pequenos partidos que se reuniram no passado dia 7 de Outubro para manifestar a sua contrariedade em relação a sua exclusão pela CNE. Nessa ocasião, ele apelou para a realização de uma “manifestação nacional” em protesto contra o acórdão da CNE.
Questionado sobre a mudança brusca da sua decisão, ele tentou negar, mas depois disse haver diferença entre a CNE e o candidato Armando Guebuza, explicando que a decisão de apoiar Guebuza foi tomada pelo seu partido, reunido recentemente a nível do seu Comité Politico.
Depois da conferência de imprensa dada por Manhique e seu colega do partido SOL, foi a vez do líder do PUP, Pedro Langa, também para anunciar o seu apoio a Armando Guebuza. “Apoiamos Armando Guebuza porque ele tem um manifesto moçambicano, não é como o manifesto de Daviz Simango que parece estar a vir de fora e estar a ser imposto aqui no país”, disse Langa, negando que alguma vez possa ter pensado em apoiar Deviz Simango.
Langa disse que ele próprio havia submetido a sua candidatura para a Presidência da República, mas depois desistiu e achou melhor apoiar Armando Guebuza. O seu partido, do qual nunca se ouviu falar, foi fundado em 2006, na província de Sofala, Centro do país, onde “possui cerca de 38 mil membros”, segundo contou o seu líder. Em Maputo, capital do pais, Langa diz que esse partido “possui dois mil membros”, mas esteve sozinho na conferência de imprensa.
Todos tinham material de propaganda da Frelimo, mas disseram não ter nenhum apoio daquele partido no poder. Aliás, eles afirmam não ter informado a Frelimo sobre a sua decisão, apesar de todos os jornalistas presentes na conferência de imprensa tiverem sido convidados pela Frelimo. A seguir ao Langa, o PLD veio apresentar o seu informe.
A diferença entre este partido e os anteriores é que o PLD é o maior candidato extra-parlamentar nestas eleições, uma vez que concorre em 10 dos 13 círculos eleitorais. Nessa qualidade, o PLD recebeu muito dinheiro do Estado para subsidiar a sua campanha eleitoral, mas nas em nenhum dos 10 círculos eleitorais se vislumbram membros deste partido envolvidos em actividades de “caca” ao voto.
José Alberto, o secretário-geral deste partido criado nas vésperas do fim das inscrições dos partidos políticos que disputam as eleições do próximo dia 28, falou de dois desafios: a luta contra a pobreza absoluta, que é a missão de Armando Guebuza, e a luta pela independência económica que “compete” ao PDL.