Um total de 785.639 famílias moçambicanas estão em risco de passar fome nos próximos meses em Moçambique, caso o país continue a registar uma fraca precipitação, sobretudo nas zonas centros e sul.
De acordo com o porta-voz do Governo, Alberto Nkutumula, as províncias do sul e centro do país registaram uma fraca precipitação nos últimos tempos e se a situação prevalecer 39 por cento da área cultivada poderá perder-se. A situação de vulnerabilidade das mais de 785 mil famílias resulta do facto de a agricultura em Moçambique ainda ser muito dependente da precipitação.
“Havendo pouca queda de chuvas, as culturas já semeadas correm risco de secar e 785.639 famílias correm risco de passar fome. Estas famílias ainda não estão vulneráveis, mas se a tendência das chuvas se mantiver poderão perder as suas culturas” frisou. Em Dezembro último, o Instituto Nacional de Meteorologia (INAM) anunciou que as previsões apontam para uma escassez de chuva nas regiões sul e centro do país, no período entre Janeiro a Março, com a agricultura do sequeiro a ser a mais afectada.
Ademais, os sistemas de rega associados às barragens como Pequenos Libombos, Corumana e Massingir (sul do país) não têm água garantida. De referir que na semana passada, o Governo anunciou que 175 mil pessoas estão a enfrentar insegurança alimentar em Moçambique, um número que subiu para 247 mil devido às 72 mil pessoas que esgotaram as suas reservas alimentares ao longo do mês de Dezembro.
Para fazer face a esta situação, o Governo diz que já mobilizou 5.3 milhões de dólares, que serão usados na aquisição de 1.500 toneladas de alimentos diversos para cobrir o défice alimentar.
