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Mais de 1500 despedimentos no sector madeireiro

Cerca de 1.500 trabalhadores perderam emprego nos últimos meses em resultado do encerramento das suas empresas que operavam no ramo madeireiro ao nível da cidade de Nacala-Porto, província de Nampula, Norte de Moçambique.

Estas empresas foram obrigadas a parar com as suas actividades por causa da redução drástica da procura da madeira no mercado internacional, devido a crise financeira global. Até finais do ano passado, 14 empresas de exploração, processamento e exportação de madeira operavam naquela cidade portuária, número que agora reduziu para seis.

Mesmo as seis empresas que ainda resistem no mercado enfrentam sérias dificuldades financeiras. Carlos Chequele, um moçambicano que se considera operador pioneiro da actividade de exploração madeireira, investiu cerca de dois milhões de Meticais (pouco mais de 75 mil dólares norteamericanos) para a montagem de uma serração de madeira ora a braços com uma crise financeira.

“Para além do dinheiro da minha indemnização, investi outros valores visando adquirir tractores, camiões e revalidar a licença de que sou titular nos serviços provinciais de agricultura”, disse Chequele, proprietário da serração Manor, que empregava 32 trabalhadores, agora todos no desemprego. “Foi tudo a perder, hoje estou na penúria, porque não sei onde recomeçar a actividade de corte e serração de madeira, uma vez que os proprietários dos estaleiros de madeira que funcionavam nesta cidade não concordam em comprar a nossa madeira ao preço que fixamos.

Em suma, eles querem madeira a preço de banana, alegadamente porque o mercado onde fazem a colocação enfrenta dificuldades financeiras para continuar a praticar o preço de a três anos”, lamentou Chequele, citado pelo “Notícias”. Ainda em Nacala-Porto operavam empresas como a Lan Hay, ÁfricaNacala, Dong Fá, Fu Chin e China HK, que agora encontram-se encerradas e os seus proprietários, na sua maioria de origem chinesa, malaia e su-coreana, estão fora do país.

Por outro lado, outros empreendimentos comerciais, sobretudo os de prestação de serviços, faliram em cadeia. Por exemplo, a cidadã Amélia Mabombo abriu cantinas vocacionadas a venda de refeições e bebidas, que, neste momento, não estão a funcionar a uma dinâmica igual a da altura da sua abertura. “Quando o negócio da madeira estava no auge, chegava a vender cerca de trezentas refeições diárias em cada uma das cantinas.

A dado momento senti a necessidade de adquirir uma viatura que ainda mantenho hoje para fazer as compras dos alimentos”, referiu. Mas Mabombo encontrou um outro negócio alternativo: “a alternativa que encontrei foi investir na componente de alojamento. Este ano, iniciei as obras de construção de uma pensão para alojar os motoristas dos camiões que vêm a esta cidade transportar mercadorias de e para o porto, sobretudo os de origem malawiana que pernoitam no interior das suas viaturas três a quatro dias alguns em condições difíceis”.

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