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Mais de 120 mil vítimas das cheias ainda aguardam pelo reassentamento

Mais de 120 mil vítimas de cheias que afectaram o vale de Zambeze, centro de Moçambique, na época chuvosa 2006/7 ainda não foram reassentadas devido a insuficiência de recursos.

O facto consta no informe do Instituto Nacional de Gestão de Calamidades (INGC) apresentado, Terça-feira, em Inhassoro, província meridional de Inhambane, durante o XIX Conselho Coordenador do Ministério da Administração Estatal (MAE), que decorre neste distrito.

Segundo o Director-geral Adjunto desta instituição, Casimiro Abreu, dados apurados até 5 de Setembro último indicam que “das 285 mil pessoas afectadas, foram reassentadas 163 mil pessoas, o correspondente a 25 mil famílias”.

“As pessoas ainda não abrangidas (cerca de 122 mil pessoas) têm talhões e agora vivem em tendas ou casas impro- visadas e de construção precária”, disse a fonte.

Com relação a bacia do Save, que registou cheias no período 2007/8, existem 1.800 famílias deslocadas e que foram reassentadas no distrito de Govuro, em Inhambane.

Para o seu reassentamento definitivo, as famílias participam no fabrico de blocos e na construção, enquanto os governos provinciais encarregam-se pelo fornecimento de material de construção e pagamento de artesãos envolvidos nas obras.

No total, foram criados 105 bairros de reassentamento em cinco províncias, nomeadamente Inhambane (no sul), Manica, Sofala, Tete e Zambézia (no centro).

Abreu explicou que o processo de reassentamento acontece de forma gradual e os recursos ainda não são suficientes para a construção de casas para todas as vítimas em simultâneo.

Paralelamente a construção de casas, o governo está a investir em infra-estruturas nos bairros de reassentamento, incluindo um sistema de irrigação que está a beneficiar um total de 225 famílias, 26 unidades de produção, entre outras.

O reassentamento de famílias vítimas de cheias também ocorre na província de Gaza, onde abrange a população assolada pelas cheias que fustigaram o distrito de Chókwè, em princípios deste ano. O mesmo sucede na cidade de Maputo, onde contempla as vítimas das cheias ocorridas em Janeiro e Fevereiro, afec- tando cerca de cinco mil pessoas residentes em cinco distritos municipais.

Casimiro Abreu disse que, no bairro de reassentamento de Chihaquelane, que dista a cerca de 30 quilómetros da cidade de Chókwè, já estão em construção 20 casas e as obras encontram-se neste momento em diferentes fases de execução.

Numa primeira fase, serão construídas 95 casas, sendo 80 com material oferecido pela mineradora brasileira Vale e o remanescente pelo Ministério da Defesa Nacional.

Contudo, ainda escasseia material de construção – particularmente e areia e ferro – para acelerar as obras, um constrangimento que poderá ser ultrapassado com o orçamento rectificativo aprovado pelo parlamento em Agosto último.

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