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Maioria dos sócios do Centro de Formação Islâmica elege nova direcção

É publicamente sabido que está instalada uma crise sem precedentes no Centro de Formação Islâmica (CFI), patrono duma das maiores e a quarta mais antiga instituição de ensino superior estabelecida em Moçambique, nomeadamente a Universidade Mussa Bin Bique, com sede em Nampula e delegações em várias províncias do país.

Esta organização – baseada na cidade da Beira, maioritáriamente congregada por muçulmanos influentes, entre os quais altos magistrados, académicos e empresários – foi legalmente registada em Outubro de 1992, tendo inscrito como seus objectivos a criação e manutenção de escolas em que se ministre o ensino islâmico e o ensino oficial a crianças e adultos; promover cursos de formação técnico-profissional entre outras acções que complementam o esforço do governo no domínio de desenvolvimento humano.

A crise no CFI já dura mais de um ano, contrariando um dos mais consagrados princípio prosseguido pelos seus constituintes – baseado no alcorão – designadamente que preconiza todo conflito envolvendo irmãos muçulmanos não deve prevalecer acima de três dias.

O epicentro do conflito gravita em torno da articulação deficiente entre a maioria dos sócios e os membros representativos dos órgãos sociais da organização. Ou seja, a maioria dos sócios praticamente começou a sentir-se excluída das actividades da associação, acusando os detentores dos órgãos sociais da agremiação de não prestarem contas sequer.

A direcção em causa, encabeçada por Momade Bay, um dos primeiros membros fundadores da organização, conforme atesta a escritura pública lavrada no primeiro cartório notarial da Beira, aos dias 29 de Outubro de 1992, foi eleita na última assembleiageral realizada há mais de dois anos.

Preocupados em salvar a honra da associação e dos respectivos associados, estes que são indivíduos de reputado prestígio social, e sobretudo pretendendo resgatar os princípios que nortearam a criação da organização, uma parte de sócios da organização representando a maioria decidiu promover uma assembleia-geral extraordinária a luz dos estatutos, tendo culminado com a eleição de uma nova direcção, encabeçada por Casimiro Giva Cassamo Giva. O CFI é composto por 37 sócios.

Participaram da última assembleia-geral, realizada na cidade da Beira, no passado dia 22 de Junho, 26 membros. Parte importante do anterior elenco não esteve presente, mas O Autarca apurou que a convocação da reunião foi extensiva a todos membros da organização.

Segundo definem os estatutos da organização, no seu artigo décimo sexto, paragrafo segundo, “a assembleia-geral reúne-se extraordinariamente sempre que fôr necessário, quando convocada pelo seu presidente, ou solicitada pela direcção, pelo presidente do conselho fiscal ou por um grupo não inferior a dois terços da totalidade dos membros em pleno gozo dos seus direitos”.

Pelo exposto e sem implicância aos estatutos, pode-se depreender claramente que a assembleia-geral que elegeu Casimiro Giva Cassamo Giva para o cargo de presidente de direcção do Centro de Formação Islâmica é legítima.

A nova direcção já tomou posse, no dia 24 de Junho de 2011. Segundo o seu presidente, Casimiro Giva, o novo elenco já está a funcionar, tendo se feito apresentar a diferentes órgãos do Estado e diversas instituições parceiras.

O Autarca soube que a nova direcção também já convocou o novo Reitor da Universidade Mussa Bin Bique, Francisco Alar, para um encontro na Beira que deverá ter lugar em princípio dentro da próxima semana.

Alar foi nomeado Reitor da Mussa Bin Bique no início do mês passado, pelo presidente da anterior direcção, Momade Bay. Alar tomou posse na mesma semana que decorreu a assembleia-geral extraordinária que votou a favor da dissolução do anterior elenco directivo encabeçado por Momade Bay.

Contudo, Casimiro Giva garantiu ao nosso jornal que a nova direcção do CFI não pretende mudar a nova reitoria, tendo salientado apenas que a universidade deverá continuar a funcionar mas dentro de um contexto reconciliatório institucional e sem influências do passado.

“A verdade é que haverá uma renovação e posicionamento mais adequado de quadros e docentes e todos aqueles que sempre fizeram parte deste cenário deverão voltar a ocupar seus lugares”.

O manifesto da nova direcção vinca que o Centro de Formação Islâmica deve reactivar e reestruturar o seu perfil de identidade Islâmica como o próprio nome preconiza, canalizando recursos para ajuda às mesquitas nas cidades ou locais onde se encontrem as suas representações ou universidades e outras unidades orgânicas.

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