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Mabalane: conflito homem-animal reduz disponibilidade de alimentos

A população do posto administrativo de Combomune, no distrito de Mabalane, a norte da província meridional de Gaza, manifestou, sexta-feira, a sua preocupação pelo facto de animais bravios, idos dos parques localizados na região, estarem a dizimar culturas diversas, criando uma situação de instabilidade alimentar.

Os populares de Combomune informaram ao Presidente da República, Armando Guebuza, que escalou aquele ponto da província de Gaza no âmbito da sua visita de trabalho iniciada Sexta-feira, que os animais bravios, com destaque para elefantes e hipopótamos que tem atacado os campos de cultivo nas zonas baixas junto ao rio Limpopo, destruindo culturas.

Falando durante o comício que o estadista moçambicano orientou naquele posto administrativo, os populares pediram as autoridades no sentido de se vedar os parques nacionais de Banhine e do Limpopo, de onde são provenientes os animais em causa.

Na ocasião, a população denunciou a exploração massiva de recursos florestais na região, nalguns casos, por pessoas não licenciadas, que se aproveitam do facto de os fiscais afectos aquela zona não disporem de meios de trabalho e, ainda, em número reduzido.

Esta situação, segundo um dos intervenientes no comício, põem em risco a manutenção destes recursos, podendo resultar em desertificação, tal como vem acontecendo em diferentes pontos do país.

“Apelamos o governo para que aloque mais meios de trabalho aos fiscais, incluindo para a sua auto-defesa”, propuseram os populares.

Aliás, a questão da preservação das florestas tem sido um dos assuntos mais focados pelo Presidente da República no decurso desta presidência aberta, chegando a incluir no seu programa de trabalho visitas aos projectos de “florestas comunitárias’, estabelecidas sob lema “um líder uma floresta”.

Sexta-feira, por exemplo, teve a oportunidade de visitar dois campos onde estão em processo de criação florestas comunitárias, tendo até sido plantadas algumas árvores.

No primeiro local, Guebuza constatou que só havia sido plantada uma espécie, o eucalipto, e em número muito reduzido. Na ocasião, ele manifestou claramente o seu desapontamento, tendo até questionado se aquilo poderia se considerar de “floresta”.

Porque queria ver uma coisa diferente, o PR procurou saber se havia, naquele posto administrativo, uma outra floresta ao que as autoridades locais responderam afirmativamente.

De seguida, o Chefe de Estado e sua comitiva deslocou-se ao novo local, que dista a cerca de uma dezena de quilómetros da sede do posto.

Chegado ao local, Guebuza terá ficado surpreendido negativamente porque, para alem de constatar que esta floresta, se bem que assim pode se chamar, também era composta por algumas dezenas de eucaliptos. O que mais decepcionou ao Chefe de Estado é o facto de se ter substituído as árvores nativas por eucaliptos.

“Os eucaliptos não são nossos. Nós temos aqui espécies valiosas e raras como, por exemplo, simbire. É verdade que o eucalipto cresce rapidamente, mas temos de dar prioridade as espécies nativas”, disse o Presidente moçambicano.

Guebuza observou ainda que as florestas comunitárias devem estar localizadas junto ou próximo das comunidades, o que não é o caso.

Antes, o PR constatou o plantio de eucaliptos, em detrimento das espécies nativas, no posto administrativo de Chissano, no distrito de Bilene, no primeiro dia da sua visita a esta província.

Durante o comício em Combumune, a população apresentou outras inquietações relacionadas com as vias de acesso, falta de agua, insuficiência do efectivo policial e os respectivos meios de trabalho, falta de ambulância no centro de saúde local, bem como de uma enfermaria, problemas de transporte, entre outras.

Pediram igualmente o sinal de telefonia móvel e de televisão naquele posto administrativo. Contudo, a população enalteceu o facto de o governo estar a trabalhar arduamente para melhorar as condições de vida das populações.

No caso de Combomune e no distrito de Mabalane, em geral, as populações consideram ter havido muitos avanços nos últimos anos, “pelo que é de enaltecer”.

No prosseguimento da sua Presidência Aberta, o Chefe de Estado moçambicano desloca-se, Domingo, ao distrito de Massingir onde deverá orientar um comício popular e a sessão extraordinária da Secretaria da localidade, Alargada ao Conselho Consultivo local, entre outras actividades.

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