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Livro de Reclamação: precárias condições de trabalho em oficina de reparação de viaturas

Saudações, Jornal @Verdade. Somos trabalhadores duma oficina de reparação de viaturas, sita na Praça de Touros, na cidade de Maputo, pertencente ao senhor Miguel Mbofana. Gostaríamos, através do vosso meio de comunicação, de expor algumas irregularidades perpetradas pelo nosso patrão, relacionadas com as precárias condições de trabalho a que somos sujeitos, a falta de consideração e de uniforme. Para além de fornecermos serviços de bate-chapa, manuseamos produtos tais como óleos e combustíveis sem nenhum equipamento de protecção, o que tem ameaçado constantemente a nossa saúde.

Estamos preocupados com esta situação porque, em parte, sofremos cortes nas mãos, sobretudo, sujamos bastante a nossa roupa e no nossos patrão não está interessado em resolver este problema, pese embora tenhamos falado com ele várias vezes. O nosso chefe obriga-nos a trabalhar com nossa roupa mas não se preocupa com a nossa higiene individual e do próprio lugar onde realizamos as tarefas que geram dinheiro para si e sua família. Ele não nos valoriza e os salários que auferimos não só não recompensam o trabalho que realizamos, como também não chegam para comprar sabão. Estamos agastados e a cada dia que passa ficamos sem forças para trabalhar. Se não há condições para melhorar os nossos vencimentos, gostaríamos que o nosso patrão disponibilizasse ao menos material de trabalho, principalmente luvas e máscaras para a nossa protecção.

Já tentámos conversar com ele sobre este situação, mas tudo o que o senhor Miguel Mbofana diz não passa de promessas. Já decorreram dois anos a trabalharmos num ambiente de insatisfação, sem meios de protecção, sem direitos a intervalo. Ele sempre promete mudar isto mas depois de encher o seu bolso com o dinheiro proveniente do nosso sacrifício esquece-se de que existimos e temos família. E gostaríamos, também, que o chefe nos tratasse como seres humanos e não como animais.

Resposta

Sobre este caso, o @Verdade contactou Miguel Mbofana, o proprietário da referida oficina. Ele reconheceu a inquietação dos seus funcionários e prometeu resolver o problema. Contudo, o nosso entrevistado avançou datas para o efeito. “A preocupação deles (os funcionários) é pertinente mas agora faltam recursos financeiros”.

Num outro desenvolvimento, Miguel Mbofana garantiu que tem dado dinheiro, diariamente, para os seus trabalhadores cuidarem da higiene, principalmente para lavarem a roupa usada durante a reparação e manutenção de viaturas. “O que falta é uniforme para o trabalho, mas tenho disponibilizado um valor para a compra de sabão. Nisso não há razões de queixa”.

Sobre os baixos ordenados de que os seus funcionários se queixam de auferir, o nosso interlocutor disse não está em condições de rever a situação mas, para minimizar o sofrimento do grupo em causa, há subvenções atribuídos pelo patrão em forma de trabalhos extras. “Não há condições para aumentar os salários porque a oficina não tem rendido o suficiente para o efeito. Tenho feito esforços, em coordenação com os funcionários, para trabalhar nos fins-de-semana para aumentar a renda de todos nós. E saímos a ganhar”, concluiu Mbofana.

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