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Liga Árabe apoia presidente sudanês contra CPI

Liga Árabe apoia presidente sudanês contra CPI

O presidente sudanês Omar al-Bashir, que desafiou a Corte Penal Internacional (CPI) ao assistir à cúpula árabe de Doha, recebeu o apoio dos líderes árabes, que rejeitaram nesta segunda-feira a ordem de prisão emitida contra ele pelo tribunal.

“Afirmamos nossa solidariedade para com o Sudão e nossa rejeição às decisões da CPI sobre o presidente Bashir, apoiando a unidade do Sudão”, disseram os participantes da cúpula em sua declaração final, lida pelo secretário-geral da Liga Árabe, Amr Mussa.

O presidente sudanês retribuiu o apoio agradecendo ao Qatar por esta cúpula “frutífera”. Dirigindo-se a seus colegas durante a sessão de encerramento, Bashir agradeceu a todos pelo apoio e por “recusar as decisões injustas” da CPI.

“Prometo fazer o máximo para garantir a estabilidade e a paz em todo o território sudanês”, acrescentou. Em 4 de março, a CPI emitiu uma ordem de prisão contra Bashir por crimes de guerra e contra a humanidade na província de Darfur, assolada por uma guerra civil desde 2003.

Sobre o conflito israelo-palestino, os líderes árabes destacaram a necessidade de “definir um prazo para que Israel cumpra com seus compromissos sobre o processo de paz”, sem dar mais detalhes.

A cúpula árabe acontece na véspera da posse do novo governo de Benjamin Netanyahu, o líder da direita israelense, oposto à criação de um Estado palestino.

O presidente sírio, Bachar al-Assad, afirmou ao abrir a conferência que “a sociedade israelita não está pronta para a paz”, e que os árabes “não têm um verdadeiro parceiro no processo de paz”.

A declaração final da cúpula menciona a ideia de uma paz baseada na iniciativa árabe, um plano de inspiração saudita adotado em 2002 e que propõe a Israel uma normalização das relações em troca da retirada dos territórios árabes ocupados em 1967.

A cúpula foi boicotada pelo presidente do Egito, Hosni Mubarak, impossibilitando uma “reconciliação árabe”, que era um dos objetivos da reunião. Além de Mubarak, também estiveram ausentes os chefes de Estado da Argélia, do Iraque, do Marrocos e de Omã.

O líder líbio Muammar Kadhafi deixou a sala no meio de uma reunião para visitar um museu, depois de acusar o rei saudita Abdullah de ser “produto da Grã-Bretanha e protegido dos Estados Unidos”.

Ele disse, porém, estar disposto a reconciliar-se com o soberano saudita, após vários anos de tensão entre os dois países. O primeiro-ministro do Iraque, Nuri al-Maliki, informou que seu país, que deveria organizar a cúpula árabe em 2010, decidiu desistir do projeto por motivos “logísticos”.

O emir do Qatar, xeque Hamad ben Khalifa al-Thani, anunciou logo em seguida que a próxima cúpula árabe acontecerá na Líbia.

Nesta terça-feira, os 22 membros da Liga Árabe vão se encontrar com dirigentes de 12 países da América do Sul, entre eles o presidente do Brasil, Luiz Inacio Lula da Silva, na segunda cúpula do ASPA (América do Sul-Países Árabes).

O objetivo do ASPA é reforçar a cooperação entre os dois blocos.

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