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Líder de oposição russo é libertado sob fiança depois de protestos

A Rússia libertou, inesperadamente, o líder de oposição Alexei Navalny sob pagamento de fiança, esta Sexta-feira (19), cedendo à pressão de milhares de manifestantes que consideraram a sua condenação a cinco anos de prisão, uma tentativa do presidente Vladimir Putin de silenciá-lo.

Numa decisão que aponta para a incerteza do Kremlin sobre como lidar com o caso de Navalny e os protestos, um juiz aprovou um pedido incomum da acusação para libertá-lo enquanto ele aguarda o resultado de um recurso.

O líder de movimentos activistas contra a corrupção ficará restrito a Moscovo, mas considerou a decisão uma vitória para o poder do povo, um dia depois de ter sido condenado por roubo.

“Eu sou muito grato a todas as pessoas que nos apoiaram, todas as pessoas que foram (protestar) na praça Manezh (em Moscovo) e noutras praças”, disse Navalny, de 37 anos, que correu para abraçar a esposa depois deter sido solto de uma cela de vidro dentro do tribunal.

“Nós entendemos perfeitamente o que aconteceu agora. É um fenómeno absolutamente singular na Justiça russa”, disse ele no tribunal de Kirov, uma cidade industrial 900 km a nordeste de Moscovo.  Os manifestantes foram às ruas das grandes cidades russas para protestar na noite da Quinta-feira, depois de Navalny ter sido condenado por roubar pelo menos 16 milhões de rublos (494 mil dólares) de uma madeireira quando era conselheiro do governador da região de Kirov, em 2009.

A polícia disse que mais de 200 pessoas foram detidas em São Petersburgo e Moscovo, embora não tenha havido grandes confrontos.

Navalny diz que o caso teve motivação política, com o objectivo de impedi-lo de ameaçar Putin politicamente, apesar de o apoio ao líder de oposição ser limitado fora das grandes cidades. As pesquisas de opinião mostram que o presidente ainda é o político mais popular da Rússia.

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