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Líder da Ucrânia aumenta polémica com Tymoshenko

O presidente ucraniano, Viktor Yanukovich, causou uma tempestade, esta Quarta-feira, ao vincular a sua adversária presa, Yulia Tymoshenko, a um assassinato contratado há 16 anos e dizer que não se comoveu com um boicote aos jogos de futebol da Euro 2012 pelos governos ocidentais.

Tymoshenko, que está a cumprir uma sentença de sete anos de prisão por suposto abuso de poder quando era primeira-ministra, classificou como “absurda” qualquer ligação com o assassinato de Yevhen Shcherban, e os seus partidários acusaram o presidente de agir como um ditador.

A condenação de Tymoshenko levou a um boicote dos jogos da Euro 2012 na Ucrânia por alguns políticos europeus, que dizem que o seu julgamento foi politicamente motivado. A Ucrânia é coanfitriã da Euro 2012 com a Polónia e será palco da final, a 1 de Julho, na capital Kiev.

As palavras duras de Yanukovich ligando Tymoshenko ao assassinato em 1996 de Shcherban, um poderoso empresário no leste da Ucrânia, sugeriram que ele está disposto a ignorar os protestos diplomáticos e não ceder à pressão para liberta-lá, mesmo enquanto o país recebe a maior festa do futebol da Europa.

Yanukovich, numa entrevista com repórteres, esta semana, disse: “Essas violações e crimes que foram realizados pelos participantes de vários processos criminais foram realizadas com a participação de Tymoshenko … As actuais autoridades não inventaram isso. Tudo aconteceu.”

Questionado sobre se isto incluía o assassinato de Shcherban, ele respondeu: “Incluindo isso. Houve motivos.”

Numa entrevista separada para a agência de notícias Interfax, esta Quarta-feira, Yanukovich disse que “se o tribunal provar que Tymoshenko estava envolvida no assassinato de Shcherban, algo sobre o qual a imprensa está a escrever muito agora, o caso poderia ter uma nova reviravolta. Mas, repito, esta decisão é uma prerrogativa do tribunal e de mais ninguém.”

“Ligar-me ao caso Shcherban é um absurdo”, afirmou Tymoshenko num comunicado em Abril. “Acredito que as pessoas entendem bem o quão fraco este caso sustenta-se, quem se beneficia disso e como é absurdo”, disse ela.

O seu partido, o Batkivshchyna, acusou, esta Quarta-feira, Yanukovich de agir com a impunidade de um ditador. “Estas palavras… mostram o colapso total e conclusivo da Justiça da Ucrânia e a independência ilusória da promotoria da Ucrânia e dos seus tribunais”, afirmou o partido num comunicado.

“Este é um novo passo na evolução de um ditador. Yanukovich assumiu as funções de investigação e os tribunais. O próximo passo será Yanukovich desempenhar um papel directo no interrogatório de Yulia Tymoshenko e torturá-la”, disse.

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