O líder do partido Renamo disse nesta terça-feira que vai aceitar o convite do Presidente de Moçambique para indicar os nomes do seu partido para o reinício do diálogo de paz, após a deterioração da crise política e militar no país.
“Quanto à criação de uma equipa [de negociadores], quero já tranquilizar: daqui a dois dias, vou anunciar”, afirmou Afonso Dhlakama, em entrevista ao canal televisivo privado moçambicano, STV, acrescentando que, na quinta-feira, serão divulgados “os nomes dos três membros da Renamo que vão dialogar sobre a agenda com o grupo de Jacinto Veloso [um dos elementos indicados pelo Governo]”.
O presidente da Renamo (Resistência Nacional Moçambicana) respondia a um convite endereçado pelo chefe de Estado, Filipe Nyusi, para indicar uma equipa para o reinício do diálogo sobre a actual crise política e militar no país.
Dhlakama, que tem condicionado a retoma das conversações ao envolvimento da comunidade internacional, afirmou que deseja “negociações sérias” para que “isto de uma vez para sempre seja terminado”, referindo-se ao longo período de confrontações com o Governo da Frelimo, no poder há 40 anos, após uma guerra civil ao longo de mais uma década e meia, terminada como o Acordo Geral de Paz em 1992, mas a que seguiu nova instabilidade desde 2013.
“Já somos velhos. Temos filhos e já não temos idade para andarmos no mato a matar-nos”, declarou o líder da oposição.