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Líbia sofre para pagar salários e mais confrontos surgem

O primeiro-ministro da Líbia, Ali Zeidan, disse, esta quarta-feira (27), que o seu governo será incapaz de pagar o funcionalismo público e poderá ter de recorrer a empréstimos se as milícias armadas continuarem a bloquear a movimentação de petróleo nos campos de exploração e portos.

O alerta de Zeidan e os novos confrontos armados, incluindo um ataque a uma histórica mesquita perto de Trípoli, contribuem para a crescente sensação de caos no país dois anos depois da deposição de Muammar Khadafi.

As potências ocidentais temem que o país do norte da África mergulhe na anarquia enquanto o governo de Zeidan tenta conter as milícias que ajudaram a derrubar Khadafi, mas que depois disso mantiveram as suas armas e ainda controlam partes do vasto país.

Milícias, grupos tribais e minorias étnicas capturaram campos petrolíferos e portos para fazer exigências, secando assim uma das principais fontes de financiamento do orçamento nacional, do qual grande parte é destinada a subsídios para aplacar o descontentamento popular ou comprar a lealdade das milícias. “Estamos a enfrentar uma crise financeira”, disse Zeidan a jornalistas, acrescentando que o governo pode ser forçado a contrair empréstimos.

“Os dividendos do petróleo tiveram queda de 20 por cento.” Ele não entrou em detalhes. A Líbia vinha exportando mais de 1 milhão de barris por dia no primeiro semestre, quando os protestos e ataques se intensificaram, e a produção agora caiu drasticamente.

Um ultimato do governo para o fim dos ataques às instalações petrolíferas expirou na semana passada, mas Zeidan apenas repetiu que as autoridades tomariam “medidas” não especificadas.

A Líbia também poderá enfrentar cortes de energia eléctrica, uma vez que os ataques às instalações petrolíferas afectam a produção de gás em vários campos, disse o ministro da Electricidade, Ali Muhairig.

Horas antes de Zeidan falar, houve novos confrontos entre forças especiais do Exército e militantes islâmicos em Benghazi, maior cidade do leste da Líbia, uma região rica em petróleo.

Os combates da segunda-feira entre o Exército e o grupo militante islâmico Ansar al-Sharia em Benghazi deixaram pelo menos nove mortos, antes de os militantes recuarem.

Nas primeiras horas desta quarta-feira, membros da Ansar al-Sharia lançaram granadas contra uma patrulha das forças especiais, segundo uma fonte de segurança. Depois, essa fonte afirmou que não havia clareza sobre a autoria do ataque.

Três soldados também foram mortos em Benghazi, e em Tajoura, nos arredores de Trípoli, desconhecidos explodiram parte de uma mesquita do século 16, mausoléu de um governante otomano, segundo testemunhas.

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