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Líbia encerra fronteiras com Egito

A Líbia decidiu encerrar as suas fronteiras terrestres com o Egito para impedir a fuga dos autores do assassinato, Sexta-feira, em Benghazi, do defensor dos direitos humanos Abdel Salam al-Mismari, e duas outras figuras, anunciou o primeiro-ministro líbio, Ali Zeidan, durante uma conferência de imprensa organizada, Sábado (27), em Tripoli.

A passagem fronteiriça para o Egito ficará encerrada e só o transporte de mercadorias será autorizado por ocasião do mês santo de Ramadão (jejum), disse, precisando que as autoridades egípcias foram informadas sobre a decisão do Governo líbio.

“Uma lista dos nomes dos suspeitos será entregue às autoridades do Egito para a sua detenção quando se encontrarem em solo egípcio”, explicou Zeidan.

O primeiro-ministro líbio anunciou, por outro lado, que o seu Governo solicitou a ajuda duma equipa internacional especializada em inquéritos criminais cuja intervenção será feita em coordenação com investigadores nacionais para deter os criminosos responsáveis pelos assassinatos registados no país.

Ele precisou que a equipa dos investigadores internacionais chega à Líbia, Segunda-feira, em colaboração com os especialistas líbios, para iniciar os inquéritos sobre a tripla tragédia da Sexta-feira para deter e julgar os seus autores. O chefe do Governo líbio anunciou igualmente que foi assinado um acordo com um país amigo para formar três mil polícias sobre as questões de segurança, o tratamento dos assuntos criminais e a luta contra os crimes e o terrorismo.

Ele anunciou finalmente que as instruções foram dadas ao Estado-Maior-General das Forças Armadas e ao Ministério do Interior para reforçar a presença do Exército e da Polícia em Tripoli e em Benghazi com os equipamentos necessários para garantir a segurança e a ordem nas duas cidades.

A cidade de Benghazi, no leste da Líbia, viveu uma Sexta-feira sangrenta com os assassinatos no mesmo dia do activista de direitos humanos Abdel al-Mismari e de dois oficiais das Forças Armadas e da Polícia. Al-Mismari, advogado e defensor dos direitos humanos, também conhecido pelas suas actividades políticas, foi morto a tiro por homens não identificados quando saía de uma mesquita depois da oração da Sexta-feira, indicaram fontes de segurança.

Igualmente coordenador da “Coligação da Revolução de 17 de Fevereiro”, ele era um dos maiores defensores dos direitos humanos, conhecido pelas suas posições corajosas e pela sua oposição ao antigo regime de Muamar Khadafi, e que contritribui imenso para o êxito da revolta popular que derrubou este último.

Poucas horas depois da sua morte, que provocou uma onda de condenações, um outro assassinato foi cometido contra um ex-oficial da Força Aérea da Líbia, também morto a tiro por homens não identificados, que se meteram em fuga, tal como no primeiro caso. O acto ocorreu também quando a vítima, o coronel Salem al-Rokh, deixava uma mesquita em Benghazi depois da oração da Sexta-feira.

O coronel Salem al-Rokh, que já escapou a várias tentativas de assassinato, dirigia o serviço nacional da base aérea de Benina. No terceiro assassinato registado no mesmo dia em Benghazi a vítima foi o comissário de Polícia Khitab al-Zaoui, igualmente morto a tiro depois da oração de “Nafila”, realizada por ocasião do Ramadão (jejum) depois da última oração da noite.

Reagindo a esses assassinatos, os habitantes de Benghazi saíram à rua, na madrugada de Sábado, para expressar o seu descontentamento, através de manifestações contra a insegurança que prevalece na cidade.

Eles denunciaram esses actos criminosos e pediram ao Governo e ao Congresso Nacional Geral (CGN, Parlamento) para pôr fim a esta onda de violência e garantir a segurança e a estabilidade no país.

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