Pelo menos 21 pessoas morreram e 213 estão desaparecidas após o naufrágio de uma embarcação lotada de imigrantes clandestinos que viajavam com destino a Europa, no domingo nas costas da Líbia, anunciou nesta terça-feira o chefe da missão da Organização Internacional para as Migrações (OIM) em Trípoli.
“Uma embarcação que transportava 257 imigrantes naufragou no domingo nas costas da Líbia. Vinte e três pessoas foram salvas e 21 corpos foram recuperados”, afirmou à Laurence Hart, que reduziu assim um primeiro balanço da OIM que informava quase 300 desaparecidos.
Hart acrescentou que a guarda costeira líbia perdeu o contato com outras duas embarcações, mas não foi possível descobrir até o momento se ambos são barcos de pesca ou se transportavam imigrantes. O primeiro balanço da OIM citava 300 desaparecidos em três embarcações que afundaram, mas as informações eram contraditórias sobre a quantidade de barcos envolvidos e as vítimas.
O ministério líbio do Interior, os emigrantes eram de origem árabe e africana. As agências da ONU em Genebra informaram que nas últimas 36 horas muitos barcos zarparam com clandestinos a bordo. “É o início da temporada de tráfico da imigração clandestina”, afirmou Ron Redmon, porta-voz do Alto Comissariado da ONU para os Refugiados (Acnur).
“Os naufrágios ilustram uma vez mais o perigo ao qual se expõem as pessoas nas correntes migratórias que misturam migrantes e refugiados, no mar Mediterrâneo e em outras regiões, causando milhares de mortes a cada ano”, destacou.
Aproveitando um clima mais favorável neste período do ano, centenas de imigrantes tentam realizar, em embarcações precárias, a perigosa travessia das costas líbias até Malta ou a ilha italiana de Lampedusa, na Sicília, e todos os anos muitas pessoas perdem a vida.
Quase 350 clandestinos foram resgatadas na segunda-feira por um navio italiano. Duas embarcações chegaram esta semana, com mais de 400 pessoas, na Itália. Ano passado, 36.000 pessoas chegaram pelo mar à Itália a partir do norte da África, e 75% delas solicitaram asilo, segundo a agência da ONU.
A Líbia, com um litoral de 1.770 km, se transformou em um país de destino e de trânsito de imigrantes oriundos principalmente do leste e do sul da África.