Um blogueiro tunisino, Jaber Mejri, detido há mais de dois anos por difusão na internet de caricaturas “blasfematórias” e “ofensivas” ao profeta Maomé, foi libertado terça-feira à noite, soube-se junto da sua advogada, Bochra Belhaj Hamida.
Segundo a advogada, o seu cliente «regressou à sua casa em Mahdia, uma cidade situada a uma centena de quilómetros a sudeste de Túnis com medidas de proteção tomadas para garantir a sua segurança, por receio de ameaças de extremistas.
Apesar da amnistia presidencial de 19 de fevereiro último, ele foi mantido em prisão com a surpresa geral, na sequência dum mandado de captura emitido por « desvio de fundos » duma empresa de transporte onde trabalhava.
Os seus advogados interpuseram recurso e obtiveram o pedido de soltura junto da Justiça que ordenou a sua libertação provisória, enquanto se aguarda pela comparência em tribunal no novo caso de direito comum.
O comité de apoio ao blogueiro considerado como « o primeiro prisioneiro de opinião pós-revolução na Tunísia », saudou a sua libertação, afirmando num comunicado que é «uma vitória para todos os defensores da liberdade de consciência e da liberdade de expressão ».
O comité declara que ele « continuará ativo, enquanto todas as acusações retidas contra Jaber Mejri forem mantidas e não for reabilitado ».
O jovem internauta de 29 anos de idade tinha sido condenado em 2012 a sete anos e seis meses de encarceramento por « perturbação da ordem pública » e « violação da moralidade », pois o Código Penal não sancionou a « blasfémia ».
Implicado no mesmo caso, o seu amigo Ghazi Beji, condenado a uma pena similar, preferiu fugir para o estrangeiro, em França onde ele obteve o asilo político