O Partido do Congresso no poder na Índia e seus aliados venceram as eleições legislativas realizadas entre a segunda quinzena de abril e a primeira de maio e formarão o próximo governo dirigido pelo primeiro-ministro atual Manmohan Singh.
Os resultados parciais e projeções da Comissão eleitoral para as 543 cadeiras da Assembleia davam 250 deputados da Aliança unida e progressista (UPA) conduzida pelo Partido do Congresso (centro esquerda, laico), contra 160 da Aliança nacional e democrática (NDA) liderada pelo Partido do povo indiano (Bharatiya Janata Party, BJP, direita hindu).
Sozinho, o Congresso ficou com 190 cadeiras, seu melhor desempenho desde 1991. Os resultados definitivos são esperados para a noite de hoje ou para a manhã de domingo. “O povo da Índia sabe o que é bom para si e faz sempre a boa escolha”, disse a influente presidente do Partido do Congresso, Sonia Gandhi, ao lado de Singh, muito sorridente.
Na sede do partido em Nova Délhi, os simpatizantes agitavam retratos de Singh, 76 anos, e de Gandhi, italiana na origem, viúva do ex-primeiro-ministro assassinado Rajiv Gandhi e herdeiro com seus filhos Rahul e Priyanka da dinastia Nehru-Gandhi. O BJP, da oposição nacionalista hindu liderada por Lal Krishna Advani, 81 anos, disse “aceitar o veredicto popular”.
A vitória mais nítida que previsto do Congresso aponta para a formação de um governo de coalizão mais sólida do que esperavam os analistas. Mas para dirigir um mastodonte de 1,17 bilhão de almas, mosaico de etnias, culturas e castas, com 18 línguas oficiais, o Congresso deverá ainda negociar com partidos regionais para monter uma coalizão estável.
A 10ª economia mundial está em pleno desaquecimento em razão da recessão vinda do Ocidente que praticamente dividiu em dois em dois anos sua taxa de crescimento (de 9% em média entre 2004 e 2008 a 5,5% previstos para 2009).
A Índia continua a ser assim o país das desigualdades sociais gritantes, com 620 milhões de indianos vivendo com menos de 1,35 dólar por dia, e em meio a tensões interreligiosas entre a maioria hindu (80,5%) e as minorias muçulmana (13,5%) e cristã (2,3%).
Segundo a Constituição da República da Índia de 26 de janeiro de 1950, o governo deve ser adotado daqui até dois de junho.