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LDH questiona “estranheza e o silêncio cúmplice”dos órgãos de soberania

A Liga Moçambicana dos Direitos Humanos (LDH) afirmou, num comunicado, que encara com “profunda preocupação e inquietação a situação política e militar” no país. A instituição que trabalha na promoção e defesa dos direitos humanos intende que há uma discrepância entre os pronunciamentos do Chefe de Estado, Armando Emílio Guebuza, e a prática. A percepção decorre do facto de Guebuza fazer apelos à paz e, ao mesmo tempo, ordenar acções das Forças Armadas de Defesa Nacional que perigam a harmonia e concórdia entre os moçambicanos.

“A prepotência e arrogância que sempre caracterizaram este Governo e o clima de força que este semeia quando se trata de negociar, em nada ajuda no delineamento de um diálogo franco efectivo e na busca de caminhos e consensos que conduzam a um estabelecimento de uma paz efectiva no país”. Numa nota de Imprensa divulgada na tarde desta terça-feira, a LDH refere que “ os moçambicanos são uma vez mais confrontados com sinais claros de retorno à guerra (…), em vésperas das eleições autárquicas deste ano e gerais do próximo”.

No entender da LDH, sejam quais forem os diferendos que existem entre a Renamo e a Frelimo, partido no poder, “nada justifica o restabelecimento da guerra pois esta em nenhum momento mostrou-se como solução, sendo que o diálogo, feito na base de equilíbrio, abertura, boa fé, compromisso e tolerância, é o único meio privilegiado para se alcançar a concórdia para o bem de todos os moçambicanos num contexto democrático”.

Diz a LDH que o clima de força criado pelo Governo em Gorongosa e que culminou com o assalto a Santundjira veio dar azo às desconfianças da sociedade sobre a seriedade da vontade do presidente Guebuza em desenvolver um diálogo frutuoso com a Renamo. “Torna-se sintoma de estranha coincidência que a tomada de Sadjundjira aconteça numa altura em que inicia a visita presidencial à Sofala, província onde se situa a base, onde ultima- mente se localizava a sede estratégi- ca da Renamo e do seu líder. É caso para questionar a finalidade dessas negociações, quando se sabe que a aposta está na força das armas”.

A “Liga” questiona também a “estranheza e o silêncio cúmplice” dos órgãos de soberania e outros organismos responsáveis pela gestão da estabilidade do país, nomeadamente, o Presidente da República, Parlamento e a Procuradoria-Geral da Geral. É uma atitude que inquieta organizações da sociedade civil como a “Liga” que almejam um Moçambique de paz, prosperidade e sossego para todos.

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