A social-democrata Laura Chincilla vai se tornar neste sábado a primeira mulher a chegar à presidência da Costa Rica, com o projeto de manter o país no caminho do crescimento econômico e da geração do emprego, além de lutar contra o narcotráfico.
Chinchilla, de 51 anos, receberá a faixa presidencial das mãos de seu mentor e colega do Partido Liberación Nacional (PLN, centro-esquerda), Oscar Arias, no sábado às 17H30 GMT numa cerimônia “popular”, na presença de oito presidentes – centro-americanos, da Colômbia, México e Georgia – e de diversas delegações.
Também estará na Costa Rica o príncipe herdeiro espanhol Felipe de Borbón; os Estados Unidos serão representados pela embaixadora para as Nações Unidas, Susan Rice. A equipe da presidente eleita preparou uma grande festa popular no Parque La Sabana, a poucos passos de onde a China constrói o novo Estádio Nacional, para que o dia seja “celebrado com o povo”.
No entanto, além da chuva que cai todos os dias nessa época do ano, sindicalistas e estudantes ameaçam atrapalhar a festa com manifestações. Nesses últimos três meses, Chinchilla vem se destacando pelo diálogo, enquanto presidente eleita, como demonstrou indo aos “feudos” de seus principais rivais políticos após sua ampla vitória (47%) nas eleições de 7 de fevereiro. A futura presidente da democracia mais antiga e estável da América Latina já concluiu a nomeação de seu secretariado e direção das principais instituições do país, privilegiando técnicos.
Acompanhada por dois vice-presidentes, um do setor econômico, o banqueiro Luis Liberman, e outro ambientalista”, Alfio Piva, a prioridade de seu governo é o crescimento econômico. O país aspira a crescer cerca de 4% neste ano e gerar mais empregos, diz. Entre seus dois projetos principais no campo social, estão a redução da pobreza e a criação de uma rede de saúde para idosos e crianças, além de aumentar a polícia e melhorar seu desempenho para lutar contra as redes de crime organizado, cada vez mais presentes na Costa Rica.
O governo Arias deixa um rombo fiscal de 5%, e os analistas consideram imprescindível a aprovação da postergada reforma fiscal, tão impopular para qualquer governo. Chinchilla deixou claro em suas visitas aos países da região que a integração da América Central será uma prioridade sobretudo para superar a insegurança, e espera contar com a ajuda dos Estados Unidos. Ele pediu à chefe da diplomacia, Hillary Clinton, auxílio para lutar contra o crime organizado.
Durante seu governo deverá sancionar, também, os Tratados de Livre Comércio negociados com Cingapura e China, país com o qual Arias estabeleceu relações diplomáticas em 2007 – o único na América Central – e o Acordo de Associação com a União Europeia.