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Kuwait: mulheres ganham espaço na câmara, islamitas sunitas perdem cadeiras

Os kuwaitianos votaram pela mudança neste emirado do Golfo na segunda eleição deste ano, dando às mulheres pela primeira vez na história do país suas primeiras cadeiras no Parlamento, reduzindo ao mesmo tempo a presença de islamitas sunitas.

Frustrados com os constantes desacordos entre governo e legisladores durante os últimos três anos, os habitantes deste rico membro da Opep votaram para 21 candidatos novos para o novo parlamento, de um total de 50 cadeiras, e reduziram à minoria os grupos sunitas muçulmanos.

A participação, segundo as estimativas parciais publicadas sábado pela agência KUNA, chegou a 58%. Em 2008, este percentual foi de 65%. Quatro mulheres fizeram história ao vencer pela primeira vez a eleição para o Parlamento kuwaitiano. As liberais Masuma Al Mubarak, Aseel Al Auadhi e Rula Dashti, assim como a independente Salua Al Jassar entrarão para a nova Câmara.

Elas estudaram nos Estados Unidos e têm doutorados em ciências políticas, economia e educação. No total, 16 mulheres participaram entre os 210 candidatos desta disputa. “Este é o desejo de mudança do povo kuwaitiano”, disse Mubarak à AFP. “Espero que estes resultados levem á estabilidade política e ajude a conseguir o desejo de cooperação entre o Parlamento e o governo”, acrescentou.

Esta é a terceira vez que as mulheres participam das eleições para o Parlamento desde que obtiveram o direito a voto e à representação em 2005. Nas últimas eleições, de 2006 e 2008, nenhuma foi eleita. Os dois grupos sunitas mais importantes, a Aliança Islâmica Salafista e o Movimento Constitucionl Islâmico, braço político dos Irmãos Muçulmanos, sofreram uma séria perda de legisladores, ficando com apenas três cadeiras (duas e uma respectivamente) contra as sete que tinham (quatro e três respectivamente).

O Movimento Islamita Sunita passou de 21 representantes a 11, segundo os resultados definitivos. Os liberais ganharam uma cadeira e terão oito representantes no Parlamento. A minoria xiita melhorou sua participação, passando de cinco para nove deputados, dos quais cinco islamitas.

O bloco Ação Popular, de tendência nacionalista e dirigido pelo opositor Ahmad Al Saadun, perdeu uma de suas quatro cadeiras. No total, 21 novos deputados entram no Parlamento, alguns deles representantes de tribos. As tribos formam a metade da população dessa monarquia. Elas obtiveram 25 cadeiras, mas poucos de seus representantes são islamitas.

As constantes disputas entre o governo e os legisladores fizeram com que o emir, xeque Sabah Al Ahmad Al Sabah, convocasse eleições antecipadas após dissolver o Parlamento em março, pela terceira vez desde maio de 2006. A primeira prova de força entre o executivo e o legislativo será a discussão na câmara de um plano de reativação econômica de vários milhares de milhões de dólares que o governo adotou após a dissolução do Parlamento e que foi rejeitado por muitos candidatos.

O Kuwait, que conta com 10% comprovados das reservas de petróleo mundiais, produtor de 2,2 milhões de barris diários, tem 3,44 milhões de habitantes, dos quais 2,35 milhões são estrangeiros sem direito a voto.

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