Foi (e ainda é), com a permissão de Azagaia o maior rapper moçambicano. Duas Caras fez do Ritmo Arte e Poesia (RAP) a sua forma de vida e há mesmo quem diga que traiu a causa quando se juntou ao agrupamento Xtaca Zero, admitindo que se arrepia só de ouvi-lo.
Começou a cantar na rua e acabou por se consagrar no álbum “Um passo em frente”, com a música “País da Marrabenta”. Nesta entrevista, afirma que, hoje, não seria capaz de escrever o conteúdo da letra “País da Marrabenta”. Por outro lado, confessa que não dá para viver da música.
Breve biografia de Duas
Caras Duas Caras nasceu no bairro do Aeroporto, na periferia da cidade Maputo, em 1980. Na adolescência apaixonou-se pelo RAP, tendo o rapper americano Jay Z como ídolo.
Enquanto jovem, sempre sereno e introvertido, decidiu desabafar e expressar-se criativamente através do rap. Começou em ´97 e com Dany Og, Dj Damost, Stuped Man e N´Star formou o agrupamento “Tropas do Futuro”. Depois que o grupo se desintegrou formou o Gpro com Djo e Cem Paus (ex-Stuped Man). Em 2003, o agrupamento lançou de forma independente o álbum “Um passo em frente”, no qual Duas Caras mostrou uma linha de RAP consciente e educativa que muitos não conheciam. Com rimas elaboradas cheias de metáforas refinadas e duplos sentidos, “Um passo em frente” trouxe para o Hip Hop Moz um liricista de nobre distinção.
Apaixonado assumido pela música, Duas Caras é um humanista convicto de que nas suas rimas manifesta-se contra ou a favor da futilidade materialista. Sempre versátil na escrita, podemos vê-lo como um repórter (Geração TV), um punchliner (Cu Gordo), um storyteller, um político revolucionário ou um poeta sentimentalista. Para quando o álbum de Duas Caras?
