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Kanda Bongo: concerto de massas para um pequeno público

O conceituado músico congolês Kanda Bongo Man, conhecido mundialmente como Rei da Kwassa Kwassa, realizou, domingo, em Maputo, um brilhante espectáculo, mas para um público de apenas cerca de 200 pessoas.

O concerto, o primeiro de três a acontecer em Moçambique até ao próximo Domingo, teve lugar no “Coconuts live”, uma casa de pastos localizada ao longo da Avenida Marginal da capital moçambicana. O promotor do evento, a “Big Brothers Entertainment” e o próprio músico estavam determinados a realizar “um grande show” para o povo, facto que não veio a acontecer, pelo menos nesse primeiro concerto.

Dois mais prováveis factores, todos de Marketing, terão concorrido para esses falhanço da meta. McCarthy aponta as abordagens de Produto, Preço, Promoção e Praça (4P’s) como sendo importantes para o sucesso em Marketing. Na tentativa de aplicar esta teoria no caso do concerto de domingo, pode-se afirmar que falharam as abordagens de Promoção e Praça. O velho Rei da Kwassa Kwassa esteve praticamente apagado na imprensa moçambicana, particularmente nos jornais impressos, em anúncios ou notícias falando dos seus concertos no país. Nem nas ruas da capital são visíveis cartazes de publicidade sobre esses eventos.

Por outro lado, o local escolhido para acolher o espectáculo da Sexta-feira a Sábado é uma casa de pastos localizada na zona de elite da cidade, de difícil ou impossível acesso ao verdadeiro “povo” a quem se prometeu um grande “show”. E, seguramente, que o maior número de conhecedores e adeptos do velho King congolês vem desse povo. Aliás, não havia falta de pessoas no “Coconuts”. Enquanto a sala de espectáculo encontrava-se “folgada”, a discoteca ao lado estava abarrotada de pessoas que dançavam incansavelmente ao som ensurdecedor da música “groove”, a chamada música electrónica.

Mas esses erros de programação em nada afectaram o desempenho do Rei da Kwassa Kwassa. O público minoritário vibrou quando este subiu ao palco por volta das 2:20 horas da madrugada de domingo, abrindo a sessão com uma das suas recentes músicas. Muitos fãs dançaram todas as músicas cantadas pelo Rei durante as duas horas da sua apresentação e todos eles vibraram, dançaram e cantaram em coro quando este interpretou a obra “Mutchana”, uma das músicas com que ele se popularizou na década de 1980. Em “Mutchana”, ou simplesmente “Dia”, Kanda Bongo diz à sua mulher que “não te preocupes quando saio porque voltarei”.

“Foi muito bom. As pessoas conhecem as minhas músicas… quando as pessoas dizem mais uma! mais uma! significa que gostaram”, disse Kanda Bongo, em breve entrevista à AIM, sublinhando que “o número de pessoas presentes no concerto não interessa muito, o que conta é as pessoas presentes se divertirem e participarem”. Ainda assim, a fonte manifestou o seu optimismo quanto ao aumento do número de pessoas nos concertos de domingo, na Beira, e Domingo, no Espaço Big Brothers, arredores de Maputo. “Não estará cansado para esses outros concertos?”, perguntou a AIM. “Não, não estarei… as vezes fazemos dois concertos no mesmo dia”, respondeu o King.

A anteceder a sua actuação, passaram pelo mesmo palco os Sweet Boys, os jovens de dança “Vafana Vhamudjava” e o grupo Casa Blanca que integra o também músico congolês (agora com interesses em Moçambique) Gibo. Esta é a segunda vez que o velho músico congolês pisa o solo moçambicano, depois de ter passado por aqui há quase 15 anos a convite do já falecido promotor de espectáculos Alex Barbosa. Com mais de 30 anos de experiência de música, Kanda Bongo Man conta agora com 15 álbuns.

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