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Kabila presidente da SADC

O Chefe de Estado da República Democrática do Congo (RDC), Joseph Kabila, assumiu, domingo, a presidência rotativa da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC). O acto teve lugar durante a sessão de abertura da 29ª Cimeira de Chefes de Estado e de Governo desta organização regional, em que também participa o estadista moçambicano, Armando Guebuza.

Falando durante a sessão de abertura, o secretário executivo da SADC, o moçambicano Tomas Salomão, enalteceu o papel de Patrice Lumumba, primeiro presidente congolês, após a independência deste país. Lumumba foi o pai do africanismo e, no início dos anos 60, criou os movimentos de libertação.

Na ocasião, Salomão citou uma das frases célebres de Lumumba, afirmando que “todos juntos, meus irmãos e minhas irmãs, vamos começar uma nova luta, uma luta sublime, que vai conduzir o nosso país a paz, prosperidade e grandiosidade”. “Este novo início já começou e, hoje, nós somos testemunhas disso”, explicou Salomão. Por isso mesmo, Salomão fez questão de frisar que a paz e segurança são de crucial importância para o desenvolvimento sustentável e um processo de integração regional contínuo.

Salomão também vincou que a SADC continua a pautar por um princípio que reside na busca de uma solução interna para os problemas que afectam alguns dos países membros. Com isso, Salomão fazia uma alusão ao processo para a busca de uma solução negocial, liderada pela região para as crises do Zimbabwe, Lesotho e Madagáscar. “Sentimo-nos satisfeitos por verificar que as tensões na nossa região reduziram e que os desafios que restam não são impossíveis”, disse Salomão, para de seguida acrescentar que apesar da situação que prevalece num dos países membros, o Madagáscar, estou seguro de que será encontrada brevemente uma solução duradoira”.

No seu discurso, Salomão também fez menção de outros desafios que a região enfrenta, tais como a expansão da Zona de Comercio Livre (SADC-COMESA-EAC), escassez de energia eléctrica, o impacto da crise económica que actualmente afecta a maioria dos países do mundo entre outros. Tomando a palavra, o presidente da SADC cessante, Jacob Zuma, manifestou o seu apreço por Kabila de acolher a Cimeira em Kinshasa não obstante os enormes desafios que o país enfrenta, associados com a reconciliação nacional e reconstrução de um dos maiores países do continente africano.

Zuma também fez questão de vincar que a busca de uma paz duradoira, estabilidade e democracia continua a ser uma das prioridades da SADC”, referindose aos casos da RDC, do Reino do Lesotho, e do Zimbabwe. No caso do Zimbabwe “instamos a todos os partidos políticos a remover todos os obstáculos para a implementação do acordo”, disse Zuma. Sobre o caso malgaxe, Zuma disse que a região manifestou o seu desagrado através da suspensão do Madagáscar até a restauração da ordem constitucional. Zuma também prestou o seu tributo ao antigo presidente moçambicano, Joaquim Chissano, pelo seu empenho na busca de uma solução para a crise malgaxe.

“É através da ligação paz e estabilidade com a democracia e boa governação que se estabelece a ligação vital para um crescimento sustentável e equitativo e o desenvolvimento na região”, disse Zuma. Aliás, disse Zuma, a África do Sul aprendeu durante o seu mandato na presidência da SADC a importância de uma liderança que respeite as instituições democráticas e a vontade de seu povo”, pois são importantes para garantir uma paz duradoira e um ambiente favorável ao desenvolvimento. A sessão de abertura encerrou com um discurso de Kabila, que reiterou os desafios arrolados pelos oradores que o antecederam, prometendo dedicar as suas forças para estimular o desenvolvimento da região.

Uma das suas prioridades será a busca de uma solução para a crise energética da região devido ao vasto potencial existente no seu país. Refira-se que a RDC possui um potencial para produzir cerca de 106.000 MW de energia hidroeléctrica, que corresponde a 37 por cento de todo o potencial de África Entre os Chefes de Estado ausentes nesta cimeira destaca-se o presidente angolano, José Eduardo dos Santos, que se faz representar pelo primeiro-ministro, António Paulo Kassoma.

A Tanzânia faz-se representar por um primeiro-ministro, e o Malawi e Maurícias a nível ministerial. Enquanto isso, o Zimbabwe faz-se representar pelo presidente Robert Mugabe e pelo primeiro-ministro, Morgan Tsvangirai. Num outro desenvolvimento, a reunião do órgão de Política, Defesa e Segurança, que integra a Swazilândia, Moçambique e Angola, acabou sendo adiada para esta segunda-feira por motivos organizacionais. Segundo a agenda, a mesma deveria ter lugar no início da noite de Domingo. Moçambique deverá assumir ainda durante esta cimeira a presidência deste órgão.

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