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Jovem sobrevive ao terrorismo e reergue o seu negócio

Agro Frango 1-cópia

Somar Almeida Saíde, fundador da empresa Agro Frangos Lda., que se dedica à produção e comercialização de frango de corte, é um exemplo de resiliência e vontade de empreender. Baseado na vila sede de Quissanga, em Cabo Delgado e beneficiário do programa Agro-Jovem pelo Instituto Agrário de Bilibiza, Saíde enfrentou os ataques dos insurgentes, perdeu tudo, deslocou-se, mas nem por isso perdeu a vontade de continuar a perseguir o seu sonho de ter um negócio que lhe assegurasse rendimentos para si e seus irmãos mais novos.

Formado em Agro-pecuária, beneficiou em 2018 de apoio do programa Agro-Jovem, do qual recebeu formação na gestão de pequenos negócios e um financiamento de cerca de 500 mil meticais, para aumentar a sua produção.

Na Vila de Quissanga, tinha mercado garantido e conseguia produzir 600 a 700 frangos de corte por ciclo. Com as receitas obtidas, conseguiu pagar os estudos para os membros da sua família e melhorar as condições da sua casa em Quissanga.

Contudo, “no dia 29 de Janeiro de 2020, a minha vida mudou completamente. Os terroristas atacaram a vila sede de Quissanga e a única coisa que podíamos fazer era fugir para salvar as nossas vidas. Eu fugi com mais 9 pessoas das quais 3 foram degoladas pelos terroristas. Ficámos escondidos nas matas durante 5 dias sem comer, só bebíamos água e caminhávamos em direcção a este lugar. Perdi tudo, incluindo um primo meu!” – recorda com tristeza.

“Ao chegar aqui, em Metuge, fiquei em casa de pessoas de boa fé e depois passei para a casa de acolhimento de deslocados. Em Junho do mesmo ano, consegui um espaço para voltar a criar os frangos de corte e produzir alguma renda para mim e para minha família. Nesse momento, a Gapi apoiou-me na ligação de mercados a nível deste distrito e na reprogramação da dívida sobre o negócio em Quissanga” – acrescentou Almeida.

“O testemunho de Somar Saíde é um dos exemplos, que acompanhamos e apoiamos na nossa província, de jovens que apesar das adversidades em que se vive (terrorismo e pandemia), são capazes de se reerguer e voltarem a criar rendimentos e empregos para si e suas famílias. Nós, Gapi, como trabalhamos com proximidade geográfica e cultural junto desses novos empresários, temos sido capazes de entender as suas verdadeiras prioridades e como apoiá-los com responsabilidade para se manterem no negócio” – disse Bruno Torres, gerente da Gapi em Pemba.

Actualmente, a Agro Frangos Lda., por estar na fase de recuperação, emprega dois trabalhadores e por ciclo tem produzido 200 a 300 frangos de corte. O mercado ainda é limitado, visto que é um local novo e poucos sabem da sua existência, mas Saíde acredita que vai melhorar e sonha com o dia de voltar para casa e reconstruir a uma dimensão maior o que lá começou.

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