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Jornalistas queixam-se da falta de abertura das fontes do Governo

Jornalistas de diversos órgãos de comunicação social sedeados na cidade de Nampula queixam-se da falta de abertura das fontes governamentais para fornecimento ou esclarecimento de informações de interesse público.

Com a agravante de, em muitos casos, serem até objecto de humilhações e desprezos em algumas dessas instituições públicas quando se deslocam no âmbito da recolha de dados para publicação nos seus órgãos.

Vasco da Gama, jornalista do Jornal “O Público”, disse, na ocasião, que os órgãos de comunicação social independentes são tratados pelo governo de forma discriminatória em termos de subsídios, sobretudo, nas deslocações aos distritos para cobertura das visitas do Chefe do Estado e do próprio Governador da Província.

Só somos convidados para conferências de imprensa. Frisou Boaventura Macaúze, jornalista da Rádio Moçambique, referiu-se, particularmente, das direcções provinciais das Obras Públicas e Habitação, e da Juventude e Desportos, onde nem os chefes dos departamentos recusam-se a prestar qualquer informação à imprensa supostamente por não estarem autorizados pelos superiores hierárquicos.

Observou que esta deplorável situação de mutismo tem, como é óbvio, criado certos constrangimentos no funcionamento normal das Redacções visto que as pessoas autorizadas a falar à imprensa nem sempre estão presentes nos seus gabinetes de trabalho.

Luís Norberto, do matutino Notícias, levantou a questão da realização de sessões do governo provincial à porta fechada, facto que também contribui para a produção e publicação de textos especulativos, porquanto os porta-vozes têm sido lacónicos na transmissão das matérias discutidas, isto é as suas informações carecem dos detalhes que, por vezes, se impõe para um devido esclarecimento ao público.

Estas preocupações foram apresentadas no encontro havido na passada sexta-feira entre o governador da província de Nampula, Felismino Tocoli, e vários jornalistas locais no âmbito da troca de impressões tendentes a contribuir para a implementação do Plano Quinquenal do Governo (PQG.

) Na sua intervenção, o governador da província admitiu a existência de falhas de funcionamento de algumas direcções provinciais, mas ressalvou que algumas delas estão relacionadas com questões organizacionais, tendo, por isso, convidado os jornalistas a colaborarem na melhoria da situação.

Entretanto, prometeu também trabalhar com as direcções provinciais no sentido de os referidos constrangimentos serem eliminados através da criação dos respectivos porta-vozes.

Num outro desenvolvimento, Tocoli prometeu, sem avançar detalhes, que o seu gabinete vai apoiar o secretariado provincial do Sindicato Nacional de Jornalista (SNJ) em Nampula na aquisição de um espaço condigno para o seu funcionamento.

Por último, instou os órgãos de comunicação social a serem proactivos no exercício das suas actividades por forma a tornarem-se financeiramente autónomos e, em consequência, libertarem-se da dependência do governo nas deslocações aos distritos.

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