Os sindicatos moçambicanos são fracos para persuadir o Governo e os empregadores privados a melhorarem as condições de vida dos trabalhadores através, por exemplo, de aumentos salariais considerados consentâneos com o custo de vida. Durante as negociações não têm tido argumentos convincentes para imporem as suas pretensões.
A posição foi defendida na quarta-feira (30), em Maputo, pelo analista moçambicano Fernando Lima, no lançamento do projecto designado “Piso Social”. Ele realçou que a desvalorização das contribuições da classe laboral para resolução das suas inquietações resulta do fraco poder de negociação. Os sindicatos não conseguem se impor-se perante o Governo.
Para inverter este problema, Lima considera que é preciso se ter intermediários com alto sentido de persuasão e capaz de demonstrar que a situação dos trabalhadores é precária. Por isso, “todos actores do sector do trabalho são chamados à reflexão de modo a assegurar o cumprimento absoluto dos direitos dos trabalhadores e da população mais carenciada, que vê as suas necessidades longe de serem satisfeitas”.