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Jornal chinês alerta para “som de canhões” em disputa marítima

Um dos jornais mais populares da China advertiu, esta Terça-feira, que as nações envolvidas em disputas territoriais no Mar da China Meridional devem “se preparar mentalmente para o som de canhões” se permanecerem em conflito com Pequim.

O Global Times é publicado pelo Diário do Povo, do Partido Comunista chinês, mas, ao contrário deste, não é uma plataforma para políticas oficiais e tende a assumir um tom nacionalista que agrada aos leitores.

Num editorial publicado nas edições em chinês e inglês, o Times acusou países como Vietname e Filipinas de se aproveitarem da “postura diplomática moderada” da China para forçar as suas agendas próprias.

“Actualmente, a postura da China é a de que deve, primeiro, passar pelos canais gerais de negociação com outros países para resolver as disputas marítimas. Mas se a situação ficar feia, alguma acção militar é necessária”, escreveu.

“Se esses países não querem mudar as suas maneiras com a China, terão de se preparar, mentalmente, para o som de canhões. Precisamos estar prontos para isso, já que pode ser o único caminho para que as disputas marítimas sejam resolvidas”.

A China, o Taiwan e quatro outras nações do Sudeste Asiático, incluindo as Filipinas e o Vietname, têm reivindicações conflitantes sobre as ilhas Spratly e outros atóis no Mar da China Meridional, uma área onde se estima existir ricos depósitos de petróleo e gás. É também uma região rica em pesca.

Os países que reivindicam território marítimo tentam amenizar a tensão depois de uma série de disputas este ano, inclusive quando barcos de patrulha chineses ameaçaram atacar um navio de pesquisa contratado pelas Filipinas, em Março.

Ao ser questionada sobre os comentários do jornal, a porta-voz da chancelaria chinesa, Jiang Yu, disse que o governo estava comprometido com uma política pacífica em relação ao mar.

“A mídia da China tem o direito de dizer o que quiser, mas esperamos que eles desempenhem um papel construtivo e apresentem uma mensagem verdadeira”, disse ela em entrevista colectiva.

A China, que afirma ter soberania indiscutível sobre os mares ao sul e sobre as ilhas da região, rejeitou uma arbitragem internacional das reivindicações e propôs um desenvolvimento conjunto dos recursos.

O Global Times disse que outros governos praticamente ignoraram o pedido da China “de colocar de lado as diferenças e trabalhar em interesses comuns”. “Não existe nenhum método conhecido para resolver estas questões de forma pacífica,” escreveu o jornal.

“A realidade é que cada país acredita que tem tudo para forçar a China a se curvar. A China quer manter a calma, mas esse é um papel isolado. A China terá que se ajustar a esta realidade.”

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