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Joni “abandona” Ghorwane

Joni “abandona” Ghorwane

O músico moçambicano João Carlos Schwalbach (Joni), membro da Ghorwane, anunciou, recentemente, o seu abandono ao grupo. Numa mensagem publicada no dia 17 de Fevereiro, na sua página do Facebook, o artista explica que seus “objectivos, como profissional da música, não vão de encontro aos dos meus restantes colegas, pelo que decidi afastar-me e seguir um novo caminho”.

A par do acontecimento, o nosso editor cultural que, na rede social Facebook, administra a página ESTALEIRO CULTURAL publicou o assunto, no referido espaço, para ser debatido.

Nesse sentido, na sua reacção à notícia, o artista plástico moçambicano, João Fornasini, referiu que não encontra nada de novo na decisão de João Carlos. Além do mais, “quando um músico acha que, na banda, já não vai trazer nada de novo para ele, só tem é que dizer que eu salto fora e boa sorte para todos. Em todas as bandas é assim. O Tchica, por exemplo, vive em Espanha há muito tempo, o David Macuácua está fora da colectividade por motivos de saúde. Portanto, a Ghorwane só tem é que continuar o seu projecto”.

Ora, considerando que uma banda é um sistema que – como tal – funciona na lógica da dependência dos seus integrantes, uma das perguntas que, imediatamente, surge é: “que impacto a saída deliberada de João Carlos pode gerar no colectivo?” Sobre este aspecto o jornalista cultural da Rádio Moçambique, Ouri Pota, quês que não reconhece esta dependência. No entanto, considera que é pertinente esperar pela reacção da banda. “Só ela pode falar sobre a necessidade de um ou do outro”.

Além do mais, como afirma João Fornasini, “em Moçambique há bons músicos. O lugar de Joni vai ser ocupado por alguém que seja capaz de dar continuidade ao trabalho já iniciado. Tudo é uma questão de tempo. Nas outras grandes bandas, as coisas funcionam assim. Até publicam um concurso público para se contratar outro profissional”.

Por sua vez, o escritor moçambicano, Cremildo Bahule, recorda-nos de que a banda em alusão “ já perdeu alguns membros fundadores em situações piores – como, por exemplo, Zeca Alage e Pedro Langa. No entanto, ela soube sair das cinzas e, com as suas obras, conseguiu fazer “furor”. Já fizeram parte do Ghorwane elementos que seguem suas carreiras a solo: Tchika, Celso Paco, incluindo saxofonistas como Moreira Chonguiça e Ivan Mazuze. Jone saiu porque quer seguir a sua vida musical. Não há nenhum sacrilégio nisso. As pessoas são livres de entrar e sair de uma comunidade seja ela musical ou desportiva”.

Num outro desenvolvimento, o autor de Literatura Feminina – Literatura de Purificação, Cremildo Bahule, considerou que as pessoas que fundaram a Ghorwane podem sair todas e entrarem novos elementos. A banda já é uma marca que não se deve apegar às pessoas. Assim acontece com a Coca-Cola, a Mercedes e a Apple. Steve Jobs morreu, mas a sua ideia continua”.

Concordando com a necessidade de a banda dar continuidade a uma carreira de 30 anos, Bongani Samo Gudo, um admirador da Ghorwane, considera que se deve continuar a fazer o trabalho artístico “com beleza e riqueza – o que Joni entende muito. Então, a banda até pode continuar a trabalhar nos seus projectos nacionais e internacionais, mas tem que tomar em conta o valor estético e belo que lhe caracteriza que, no meu entender, é obra matizada pelo Joni”.

João Carlos Schwalbach – que possui o trabalho discográfico Despertar, uma obra feita a solo – abandona uma relação de 21 anos com agrupamento Ghorwane. “Deixo para trás grandes momentos de imensa alegria, realização profissional, e de orgulho, dos quais nunca me poderei esquecer”, diz.

Com ou sem nostalgia em relação tempo que passo, o facto é que “a minha consciência me obriga a enfrentar novos desafios, sempre com o intuito de crescer e representar dignamente a nossa profissão. Continuarei, como sempre fui, um grande admirador da música deste grupo”.

A banda Ghorwane existe desde 1983 e conta com cinco álbuns no mercado. Um dos seus maiores sucessos é a música “Vana Va Ndota” publicada em 2005.

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