Os nomes dos dois administradores executivos do Instituto de Gestão das Participações do Estado (IGEP), Santos Gonzaga Jeque e Custódio Nguetane, estão a ser insistentemente ventilados como potenciais sucessores do recentemente afastado PCA da instituição, Hipólito Hamela.
Abordados separadamente, esta segunda-feira, para comentar estas especulações, tanto Jeque como Nguetane manifestaram-se “surpreendidos” e até “incrédulos” com tal probabilidade, que poderá ser clarificada no final da sessão do Conselho de Ministros desta terça-feira.
“Não sei de nada. Nunca alguém me falou dessa hipótese”, reagiu, laconicamente, o administrador executivo Santos Gonzaga Jeque, há sensivelmente oito anos ao serviço do IGEPE.
“Nunca fui abordado por alguém sobre essa possibilidade nem tenho tal expectativa”, disse, por seu turno, Custódio Nguetane, que praticamente chegou na mesma altura (há sensivelmente 16 meses) com Hamela ao IGEPE.
“Aliás – acrescentou Nguetane – presumo que se o PCA cai arrasta consigo o seu Conselho de Administração, pelo que o mais provável é quem de direito afastar todo o elenco anterior”.
Queda de Hamela Hipólito Hamela foi afastado do cargo de Presidente do Conselho de Administração do IGEPE na passada sexta-feira, após pouco mais de um ano de consulado, nos últimos meses beliscado por denúncias de alegada má gestão, prepotência e desrespeito dos demais colaboradores da instituição.
Apesar de alguns analistas defenderem uma “solução externa” para preencher a vacatura aberta com a saída de Hamela, há os que apontam o jovem Jeque, que foi director do IGEPE no reinado de Daniel Gabril, como a melhor opção, por ser conhecedor dos dossiers das privatizações e bem relacionado no mundo empresarial.
A isso ajuntam a experiência acumulada por Santos Jeque como outro factor que concorreria para uma “transição tranquila” e pouco susceptível a longo período de “familiarização” nesta fase em que o discurso do próprio Presidente da República, Armando Guebuza, é pelo “correr” e não pelo “andar”.
Em meios habilitados consta que uma auditoria forense está para breve para verificar as actividades do IGEPE no reinado de Hipólito Hamela, praticamente precipitado depois de denúncias junto do Primeiro-Ministro e do Ministro da Finanças por parte dos trabalhadores da instituição, apontando pelo menos 43 pontos que alegadamente estariam a minar o desempenho da casa que cuida dos negócios estatais.